Em mais um capítulo da nossa série sobre as empresas finalistas da 1° Chamada Impacta Nordeste de Negócios Socioambientais, conheça a Isobloco, startup que desenvolve soluções sustentáveis para a construção civil. Confira!
“Melhorar o mercado de construção civil no Brasil, preservando o meio ambiente e oferecer melhor qualidade de vida para as pessoas”. Essa é missão da Isobloco, startup fundada em 2017 pelo engenheiro mecânico Henrique Ramos.
Natural de Pernambuco, Ramos morou em Portugal por 10 anos, onde tornou-se especialista em implantação lean manufacturing e ferramentas de resolução de problemas ágil e empreendedorismo de impacto. Após esse período retornou ao Brasil junto com sua esposa Ana Ramos e se estabeleceu em Maceió. Desde então, entre idas e vindas ao velho continente, Henrique começou a pesquisar sobre concreto celular após observar o material como uma forte tendência no setor de construção civil na Europa.
Ramos enxergou ali uma oportunidade de negócio inovador e com grande potencial de escalabilidade no mercado de construção civil brasileiro. Inspirado por nova ideias e com vontade de impactar positivamente o setor da construção civil, decidiu criar um novo negócio que unia sustentabilidade e a salubridade habitacional, facilmente adaptável ao clima do país: em 2017, nascia a Isobloco.
“Acreditamos que o sistema Isobloco tem um grande potencial de ser o principal sistema construtivo nacional, melhorando a vida de muitas pessoas, principalmente as de baixa renda.”, comenta o empresário.
Isobloco
As soluções da Isobloco tem como base a tecnologia de concreto celular termo-acústico. Os blocos de concreto celularaerado são feitos com cimento, sílica e outros aditivos que tornam o material mais leve e de rápida aplicação, com resistência superior ao de um tijolo normal. Sua tecnologia inibe o surgimento de umidade e mofo, principais causadores de doenças respiratórias, além de possuir isolamento térmico e acústico.
O conceito sustentável do Isobloco começa já na sua fabricação: tudo é feito sem a emissão de gases nocivos ao meio ambiente. A construção modular oferecida pela empresa oferece ajuda a reduzir em até 20% no custo de tempo da obra, aumentando a eficiência da equipe de produção.
O modelo de negócio da Isobloco, segundo Ramos, é definido pela união da fábrica móvel (caminhão de fabricação do material capaz de circular em todo o canteiro) e plataforma digital integrada, atual canal de vendas da empresa.
Construtech
Para quem vai fazer algum tipo de obra, seja uma simples reforma ou uma construção do zero, precisa se preparar para um período problemático e estressante. No caso das empreiteiras, o cuidado com prazos é redobrado. Portanto, fazer um planejamento detalhado que abrigue todos os processos da obra da sua concepção até a data de entrega é considerado regra de ouro no setor de construção civil.
Por outro lado, a logística é justamente um dos maiores gargalos da construção civil. Muitas startups vem surgindo no mercado para atender essa demanda. Essas empresas são conhecidas como construtechs. As construtechs nada mais são do que startups que desenvolvem soluções tecnológicas para otimizar processos no setor de construção civil, entre elas, a redução de custos e melhor aproveitamento de recursos e mão de obra.
Uma das soluções propostas pelas construtechs são as construções modulares, serviço oferecida pela Isobloco. Para Henrique, a construção modular será a grande tendência técnica da construção civil nos próximos anos, assim como um aumento no uso do aço nas construções graças à sua praticidade e leveza.
“Acreditamos que a leveza das construções será uma busca constante, sendo o aço em ligas mais leves, flexíveis e duráveis como principal foco na área da engenharia. Nosso sistema construtivo tem potencial de levar segurança às construtoras pelo compartilhamento de fabricação dos pré-moldados e do modelo móvel que reduz custos logísticos e permitem sub assembly de painéis.”
Futuro
A região Nordeste apresenta grande potencial para construção de imóveis, tanto de alto padrão como para habitação de baixa renda. Um dos diferenciais do Isobloco é oferecer aos clientes total autonomia na hora de definir como ele deseja construir sua casa, incorporando ao setor de construção civil o conceito de UX (experiência do usuário), amplamente utilizado na área de tecnologia, considerado por Henrique uma “revolução” bastante esperada pela indústria.
“Esse modelo nos ajuda a reduzir custos com logísticas e torna a construção mais acessível e com valores similares para atender regiões diferentes do país e todas as classes sociais.”
“Nossa estratégia de atingir o mercado de varejo por fábricas urbanas e de proximidade ao cliente permite o conhecimento das inovações do nosso sistema numa relação B2C acompanhada por franqueados (parceiros que podem adquirir a tecnologia para produzir o Isobloco em uma determinada área). A proximidade de fábricas urbanas dos home centers permitirão um custo baixo e competitividade contra a concorrência”, afirma Henrique.
Após ser uma das finalistas da 1° Chamada Impacta Nordeste de Negócios de Socioambientais, a empresa espera liderar o modelo de construção inteligente no Brasil, unindo energia limpa, eficiência energética, sustentabilidade e conectividade, e a expansão das unidades de fábricas móveis em todo território nacional e indústrias de construção de habitações para população de baixa renda.
O empreendedor defende a inclusão de novas tecnologias, construtechs e parcerias com negócios de impacto para aperfeiçoar o setor de construção civil, abrindo um caminho favorável para geração de novas fontes de renda e transformação social, além de otimizar o atendimento para novos clientes.
“Com o atendimento à construtoras sendo feito através das fábricas móveis e plataforma digital, nosso faturamento passa a ser por serviço, com comissionamento em produtos. Esse modelo nos ajuda a reduzir custos com logísticas e torna a construção mais acessível e com valores similares para atender regiões diferentes do país e todas as classes sociais.”.