Timidamente e com certa empolgação observa-se um movimento global por uma nova economia, onde os negócios estão sendo cobrados por agirem de maneira mais responsável com o meio ambiente, com a sua cadeia de produção e com todas as pessoas com quem se relacionam. Nada mais contemporâneo do que os índices ASG, que medem o nível de impacto positivo das empresas em relação a questões ambientais, sociais e de governança. Sem deixar de citar também os movimentos das empresas B e dos investimentos privados de impacto, bem como os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Por outro lado e de forma mais intensa, existe no ar um sentimento de desconfiança. Será que os lideres empresariais estão se adaptando apenas para parecer aderentes a esse movimento, numa mudança apenas de “faixada”? Ou, serão as mudanças verdadeiras?
Mudanças levam tempo e não são fáceis.
O momento atual revela uma oportunidade de fazer mudanças. Basta ver o estilo de vida e a maneira de fazer negócios na quarentena em andamento. A luz foi acesa. Nada disso será possível se não houver confiança uns nos outros. O momento histórico sem precedentes vivido direciona ainda mais o movimento e gera a ocasião de reconstruir o tecido social mais desgastado da humanidade: a confiança.
Segundo Peggy Dulany, a confiança é a “argamassa” que une famílias, organizações e sociedades. A construção da confiança dá resultados.
Isto posto, urge inserir a confiança como base da responsabilidade e da certeza de que há uma mesma Intenção em foco: superar essa crise e equilibrar a balança social. Que lancem as flechas, se houver outras intenções como, por exemplo, levar vantagem em cima desse momento de desgraça coletiva.
O cenário é propício para criar um novo legado social e econômico. Sustentar-se na confiança é a manifestação que sozinhos não somos nada e que as relações não são individuais, mas há o outro e a sociedade. Que isso não seja restrito só à doação e à filantropia, mas que seja o verdadeiro legado.
Nessa crise, o conflito decisivo trava-se dentro da própria humanidade. Só depende de mudanças. A luz está acesa!
Haroldo Rodrigues Jr. É sócio fundador da investidora de impacto In3citi. Criador do Instituto Internacional de Inovação de Fortaleza – I3FOR e o Centro de Pesquisa em Mobilidade Elétrica – CPqMEL. Ex-Diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Universidade de Fortaleza – UNIFOR. Ex- Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Ceará – FUNCAP. Ex-Presidente da Agência Reguladora do Estado do Ceará – ARCE.