Saberes

Como produzir programas de inovação aberta que gerem valor para o negócio

4 mins de leitura

Publicação produzida pela Quintessa com apoio da Aliança pelos investimentos e negócios de impacto apresenta caminhos para produzir programas de inovação aberta que gerem valor para o negócio e impacto socioambiental positivo

Com o objetivo de apoiar grandes empresas, institutos e fundações a avançarem na agenda de geração de impacto positivo integrada à geração de valor para o negócio, por meio da inovação aberta, a Quintessa criou o“Guia para inovar com impacto“. 

A publicação apresenta caminhos para produzir programas de inovação aberta que gerem valor para o negócio e impacto socioambiental positivo, detalhando a abordagem dentro de três pilares: novos negócios, sustentabilidade e ESG, e filantropia corporativa e responsabilidade social. Apesar do foco do diálogo ser de grandes empresas, a publicação também pode ajudar institutos e fundações, gestores públicos e investidores que estão planejando se relacionar com o ecossistema.

O estudo aborda a importância de unir inovação aberta e impacto positivo. Segundo o Guia, inovação é o motor de desenvolvimento e crescimento das empresas, gerando diferenciais competitivos duradouros. Ainda de acordo o Guia, o termo inovação aberta foi criado em 2003 por Henry Chesbrough, professor e diretor executivo no Centro de Inovação Aberta da Universidade de Berkeley. Ele fala sobre uma forma de inovação das empresas a partir da interação de ideias, pensamentos, processos, soluções, tecnologias e pesquisas externos e internos. Nesse sistema, a empresa pode ao mesmo tempo oferecer suas inovações para outras organizações e utilizar recursos externos para inovar, em um processo de colaboração.

De acordo com o documento, fala-se em inovação aberta para trazer processos mais eficientes, novos modelos de gestão, soluções operacionais mais inovadoras e novas tecnologias, mas existe também um caminho que gera benefícios tanto para a empresa quanto para a sociedade, que é o da inovação aberta aliada a soluções de impacto social e ambiental. Ela é complementar à estratégia de inovação fechada bem como à adoção de práticas de gestão internas. Por exemplo, para atuar na temática de equidade de gênero, a empresa pode mudar a regra da licença parental, criar práticas de treinamento internas, bem como atuar junto a startups que trazem soluções na área.

Quatro principais objetivos para trabalhar sob a lente de impacto em programas de inovação aberta foram citados: integrar impacto positivo à agenda de inovação e novos negócios; trazer as startups para implementar práticas ESG e alcançar metas de sustentabilidade; trabalhar com startups de impacto nas ações de filantropia; e realizar investimentos, fusões e aquisições.

Ainda de acordo com o Guia, para criar programas de inovação aberta com impacto positivo a empresa deve se despir de uma pressa em estar em uma linha de chegada para que seja reconhecida externamente. Essa é uma motivação que pode levar a decisões equivocadas. 

O estudo afirma que os melhores resultados são obtidos quando a empresa está motivada pelo desejo e pela crença em uma nova forma de caminhar até essa linha de chegada. Acreditando na riqueza que atores externos e novas ideias que venham de fora possam trazer – cocriando com seus colaboradores internos. Desejando que a empresa possa adotar práticas mais humanas, regenerativas e que valorizem seus stakeholders – seja porque isso é necessário e está alinhado aos seus valores, seja porque percebeu que será necessário para atrair colaboradores, clientes e investidores nos próximos anos.

Um passo a passo para criar programas de inovação aberta com impacto positivo é apresentado e a publicação afirma que isso pode levar a inúmeras respostas possíveis – não apenas uma única correta. Incentiva a utilizar como um guia para estimular reflexões e ampliar repertório sobre estratégias possíveis. Ao mesmo tempo, convida para que o empresário enxergue sua empresa, entendendo que a estrutura, estratégia, cultura, cenário financeiro, entre tantos outros elementos, irão enviesar as respostas possíveis. 

O ponto de partida é sempre entender a estratégia da empresa. O princípio é que a iniciativa de inovação aberta não deve ser “algo a mais”, mas pode ser uma nova forma de alcançar algo que já é importante e prioritário para a empresa.

O próximo passo é o objetivo da iniciativa, quais são as intenções de posicionar a marca externamente e fomentar internamente uma cultura mais inovadora. Quatro opções são apresentadas: trazer inovação e novos negócios para a empresa, melhoria na operação e gestão: práticas ESG e sustentabilidade, responsabilidade social e filantropia corporativa e erar pipeline qualificado para investimento de impacto.

Em seguida, o que ajuda a refinar o objetivo é determinar qual o público que deseja beneficiar. Podem ser: áreas internas da empresa (P&D, sustentabilidade, etc.), colaboradores, clientes, fornecedores e outros stakeholders, como comunidades do entorno das unidades da empresa.

A próxima etapa é identificar com qual recorte de startups a empresa deseja se relacionar, que pode ser setorial, temático, ou de soluções para seus desafios em ESG. Em seguida fazer um relacionamento com as startups: conhecer (relacionamento pontual com empreendedores), apoiar seu desenvolvimento (qualificação das startups, com ganho de maturidade de gestão e crescimento), implementar pilotos (mediação da relação entre executivos e empreendedores para garantir êxito dos pilotos das startups) e investir ou adquirir (preparação para a decisão de investimento).

A curadoria e seleção é o passo seguinte para criar programas de inovação aberta com impacto positivo. O Guia citou um estudo do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) que avaliou as iniciativas de relacionamento entre grandes empresas e startups na América Latina e revelou que a principal dificuldade apontada pelas empresas para trabalhar com startups é identificar negócios que podem gerar valor para a corporação. Em seguida, aparecem a mudança de cultura e mentalidade para trabalhar com startups e atrair empreendedores de qualidade. A etapa de curadoria é essencial para garantir o sucesso da iniciativa. A qualidade dos participantes da iniciativa e a adequação frente às expectativas da empresa refletem muito no resultado final. A etapa é composta pela busca e seleção das startups. 

Para conferir o estudo completo, baixe o Guia para inovar com impacto no site da Quintessa.