Impacta Nordeste

Estudo aborda o papel das organizações estruturantes no fortalecimento de ecossistemas locais de investimentos e negócios de impacto

Publicação aponta a necessidade de impulsionar o ecossistema de investimentos e negócios de impacto e identifica quatro perfis de organizações dinamizadoras que desempenham diferentes funções na dinamização do campo.

Recentemente a Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto e o Instituto Humanize divulgaram uma publicação que aborda o Papel das Organizações Estruturantes no Fortalecimento de Ecossistemas Locais de Investimentos e Negócios de Impacto. 

O estudo é voltado para organizações ou redes que já atuam na construção ou no fortalecimento do ecossistema de investimentos e negócios de impacto; organizações que tenham interesse em redefinir sua atuação para o foco anterior; e investidores de impacto e filantropos que se sensibilizem em apoiar esses tipos de organizações estruturantes.

A publicação foca exclusivamente no ecossistema de investimentos e negócios de impacto e traz a diferença de conceitos entre “ecossistema de investimentos e negócios de impacto” e “ecossistema de impacto”. Enquanto o primeiro gira em torno dos negócios de impacto, das organizações dinamizadores e investidoras, o segundo é mais abrangente e representa o conjunto de organizações, movimentos, redes, lideranças e políticas públicas que estão promovendo transformações sociais, ambientais e econômicas no país, mas não necessariamente por meio de modelos de negócio que buscam receita própria (organizações do terceiro setor e coletivos são exemplos que baseiam seus financiamentos majoritariamente em doações). 

De acordo com o estudo, é necessário impulsionar o ecossistema de investimentos e negócios de impacto e para isso foram identificados quatro perfis de organizações dinamizadoras que desempenham diferentes funções na dinamização do campo, são eles: apoio a empreendedores(as) e investidores(as) em sua jornada de atuação com impacto; disseminação de conceitos, dados e recomendações para formar, engajar e articular mais empreendedores(as) e investidores(as); estruturação de produtos financeiros que permitam alocação de capital para negócios de impacto; e construção de macroambiente favorável para a atuação de empreendedores(as) e investidores(as) de impacto.

O fortalecimento de ecossistemas locais com a atuação de organizações estruturantes insere-se no que se entende por “construção de macroambiente favorável para a atuação de empreendedores(as) e investidores(as) de impacto”.

O fortalecimento dos ecossistemas locais

Os ecossistemas surgem de forma natural em decorrência das primeiras interações entre os atores, porém, é preciso colocar uma grande dose de intenção e dedicação para que eles se tornem sinérgicos, colaborativos e efetivos. E isso é um desafio complexo, tanto em função da necessidade de conciliar os diferentes interesses individuais dos vários atores quanto de mobilizá-los a dedicar parte de suas atividades em torno de uma agenda de interesse comum. 

A partir do diagnóstico constatou-se que, para o avanço do campo em âmbito nacional, seria necessário também fortalecer ecossistemas locais. O estudo propõe um conjunto amplo de iniciativas para o fortalecimento desses ecossistemas, entendendo que todas elas são igualmente relevantes, mas algumas podem ser prioritárias, a depender do contexto, da maturidade e das demandas de cada localidade.

São focos de atuação que cabem ser fomentados para o fortalecimento dos ecossistemas locais como: alinhamento estratégico, sensibilização e atração, governança e papéis, financiamento da iniciativa, colaboração e trocas, monitoramento e políticas públicas. 

A realização dessas iniciativas deve ocorrer de forma compartilhada entre os diversos atores locais, com o apoio específico de uma organização que cuide do alinhamento e da integração de todas as partes, que é chamada de organização estruturante do ecossistema de investimentos e negócios de impacto.

Dentro dessa grande teia de colaboração, as organizações estruturantes, um dos membros do impacto coletivo, desempenham quatro papéis fundamentais: garantir o alinhamento de todas as partes, supervisionar todas as iniciativas, sustentar cooperações contínuas e cultivar as relações humanas. 

Segundo a publicação, para o fortalecimento de ecossistemas locais de investimentos e negócios de impacto, a presença de uma organização estruturante é determinante. Porém, o entendimento e o reconhecimento da atuação desse tipo de dinamizadora ainda é bastante incipiente no cenário nacional. Diante disso, foram levantados alguns dos desafios existentes e possíveis ações de contorno a serem tomadas que dificultam uma maior abrangência de pelo menos uma organização estruturante em cada localidade.

Esses desafios podem não ser os mesmos para todas as localidades, ou para diferentes organizações com atuação estruturante em uma mesma localidade. Nessa condição, cabe a cada ecossistema local fazer esse entendimento inicial e dirigir os esforços necessários. Os desafios encontrados foram: faltam referências que apoiem as organizações que queiram atuar na estruturação dos atores e recursos locais; baixa valorização, reconhecimento e constante necessidade de validação das organizações estruturantes no fortalecimento do ecossistema; e faltam recursos para financiar as organizações estruturantes do ecossistema de investimentos e negócios de impacto.

Para ter acesso ao estudo completo, basta acessar o site do Instituto Humanize.

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