Conheça os negócios de impacto que participaram do Bahia Tech Experience.
*Foto de capa: Time da SDW for all no BTX 2023

Entre os dias 28 a 30 de setembro aconteceu o Bahia Tech Experience, evento de inovação e tecnologia promovido pelo SEBRAE e o Governo do Estado da Bahia em Salvador, e lá estiveram presentes alguns negócios de impacto que mostraram como a inovação também pode ser uma grande aliada para resolver problemas socioambientais.
O ato de inovar envolve tanto a criação de novos produtos e processos, quanto o exercício de renovar algo o melhorando. Quando nos referimos à inovação social, o intuito dos esforços é promover uma transformação social ou ambiental, seja com novas formas de produto ou serviço, ou mesmo com inferências disruptivas em processos, movimentos e leis, contribuindo para a solução de problemas da sociedade.
Vale pontuar que muitas vezes o conceito de inovação é associado à tecnologia digitais, mas existem outras formas de inovação como a interferência em políticas públicas, desenvolvimento de produtos/serviços não-digitais e a articulação de diferentes organizações para a realização de projetos e programas de transformação.
Um exemplo direto de uma inovação que é um tecnologia não digital, é o Aqualuz, uma tecnologia social da SDW for all – negócio de impacto presente no BTX 2023 – que faz o tratamento de água de cisternas por meio da luz solar. Além do Aqualuz, a SDW possui outras tecnologias sociais no seu portfólio que focam no acesso à água potável e saneamento em regiões vulneráveis.
Uma pauta destaque entre os negócios de impacto presentes foi a da empregabilidade conectada à diversidade e inclusão. A Sarsa Educacional, por exemplo, é uma Edtech que atua com o desenvolvimento de habilidades comportamentais (soft skills) de jovens vulneráveis para acelerar o acesso a emprego e renda. Andressa Oliveira, CEO da Sarsa, relatou como o negócio usa a tecnologia para potencializar e escalar o impacto gerado na vida dos jovens: “Graças ao uso da tecnologia, a Sarsa consegue alcançar pessoas de todo o Brasil que desejam se preparar, se inserir ou se recolocar no mercado de trabalho, por meio do Programa Online de Aceleração de Carreira, o Explorer”.
Segundo a CEO, mais de 61% dos Explorers (como são chamados os alunos do programa) foram aprovados em grandes empresas como Ambev, Basf, Nestlé, Itaú, Natura entre outras. Além disso, para as pessoas de baixa renda, a Startup tem uma Iniciativa Social, o Adote um(a) Explorer, que permite a capacitação delas de forma gratuita, corroborando com os ODS 4, 5, 8, 10 e 17 da ONU, caracterizando-a como um verdadeiro negócio de impacto social.
Outro exemplo é a Humma+, negócio que atua com diversidade e inclusão de pessoas no mercado de trabalho. Cídia Vieira, CEO da Humma+, participou da batalha de pitchs, uma competição onde os negócios puderam falar mais sobre os problemas que se propõem a resolver, o mercado, o modelo de negócio e os seus principais resultados. Para Cídia, o evento foi muito importante para dar visibilidade ao negócio. “Para a gente foi importante, tanto a oportunidade de troca mas também a de visibilidade do nosso negócio de impacto e de fazer networking em um ecossistema (de inovação e tecnologia) que é extremamente produtivo”.
“Na maioria das vezes os negócios de impactos não são vistos, às vezes por não ter tanta tecnologia, sendo que a gente preza muito por uma inovação através da tecnologia social e da produção de um impacto social no cumprimento das ODS”, pondera Cídia. “Eu acho que a gente precisa, enquanto negócio de impacto, ocupar mais esses eventos justamente para que a gente consiga mostrar e fazer essa transformação que a gente tanto quer. Dentro desse espaço nós conseguimos ganhar visibilidade no ecossistema de inovação e tecnologia, pautando justamente o impacto social”, conclui.
Além da Sarsa e da Humma+, o evento contou mais de 30 negócios de impacto, dentre eles:
- AgriTech: +Carbono no agro, Prettu’s Bee e San’Mielle Hidromelaria
- Biotech: BeeAction, Brasil Preserva, Cacaus Biocosméticos e Puba
- Edutech: AfroPython, Aiby, Amorídice, Ekoa Educação, Ludicus, Mais Solidário, TamoJuntes, Trilha-í, Sarsa Educacional e Wakanda Educação
- Energia: Chargeback
- Fentech: Ecociclo
- Gestão da Cadeia de Suprimentos: Craton-Roche
- Healthtech: Céu da Boca, Cicatribio Biofármacos, Quilombo de Afetos e Salvar
- HRTech: Humma+
- Impacto social: Donas Connect Club, Dulce Insights, Mãe Preta Amarela, N1B Open Innovation, Oiá Fia, SDW for all, Solos e Trazfavela
- Sustentabilidade: Ambient See, Ciclik, Cultiveae, Ecoloy, Mustruia18, Start Solidarium e Teletanque
Apesar da presença massiva de negócios de impacto no evento, nenhum ficou entre os premiados na Batalha de Pitch. Outro aspecto que chamou atenção foi a composição da banca de jurados da Batalha de Pitch, com poucos elementos de diversidade de características das pessoas e também de experiência com o universo de startups de impacto, ponto que também não foi incluído como temática na programação do evento.
O fato de haver negócios de impacto participantes do BTX 2023 deve contribuir para a configuração de novas edições do evento, e também ajudou a mostrar para outros atores do ecossistema de inovação que é possível gerar impacto positivo com tecnologia, seja digital ou social.
Vocês podem conferir mais sobre a agenda do evento e os destaques no reels publicado no Instagram da Impacta Nordeste.