O Instituto Sabin, entidade responsável pela gestão do investimento social do Grupo Sabin, acompanha o crescimento da empresa e deve ampliar sua atuação no Nordeste, apoiando e desenvolvendo soluções para enfrentar de desafios sociais da região. Para saber mais sobre a atuação do instituto e seus planos para 2023, entrevistamos Gabriel Cardoso, gerente executivo da organização.
O Instituto Sabin, organização de sociedade civil responsável pela gestão do investimento social privado do Grupo Sabin, tem como missão contribuir com a melhoria da qualidade de vida, do bem-estar e da prosperidade nas comunidades onde o Grupo Sabin atua.
Criado em 2005 com sede em Brasília, o Instituto opera em 15 estados, além do Distrito Federal. A atuação do instituto possui três eixos estratégicos: Promoção da Saúde Integral e do Bem-Estar, Fortalecimento de Ecossistemas e Organizações e Engajamento Social e Filantropia, que comportam diversos programas e projetos próprios, de apoio a outras organizações, de parcerias intra e intersetoriais, do fortalecimento de negócios de impacto social e do fomento à inovação social.
Recentemente o Grupo Sabin expandiu a sua operação na região Nordeste, mais especificamente para os estados do Maranhão e Piaui. Acompanhando a expansão do grupo, o Instituto Sabin deverá aprofundar ainda mais a sua atuação na região Nordeste no decorrer de 2023.
Conversamos com Gabriel Cardoso, gerente executivo do Instituto Sabin, sobre a importancia de se investir em inovação social, as tendencias para ecossistema de impacto, a atuação do instituto e os planos para ampliar suas atividades na região Nordeste. Confira!
IN – Temos acompanhado o crescimento gradual do ecossistema de negócios de impacto e da inovação social como um todo. Você possui vasta experiência nessa área. Como você vê a evolução desses ecossistemas? Qual a importância de se investir em inovação social?
Gabriel Cardoso – De fato tem ocorrido uma evolução perceptível no ecossistema de negócios de impacto e inovação social, apesar de ser desigual nas regiões do país. A gente percebe algumas regiões que são mais desenvolvidas e outras que são um pouco menos. Mas também percebemos esse crescimento de uma forma ampla. Ele tem sido muito movido pela criação e a disseminação de conhecimento, pelo trabalho colaborativo entre organizações do Terceiro Setor, por uma troca constante e pelo aumento de capital, de recurso privado nessa direção.
Também pela criação de uma legislação específica em algumas regiões, discussão em universidade, professores especializados no tema. Há vários elementos que tem movido esse crescimento. A importância da inovação social está nas novas soluções para os problemas sociais. Quando investimos em inovação social, estamos contribuindo para enfrentar os problemas sociais e melhorar a qualidade de vida no país, gerando no curto, médio e longo prazo novas soluções para os desafios sociais que a população enfrenta.
IN – Ainda sobre inovação social, na sua opinião, quais são as tendências para esse campo nos próximos anos?
GC – Uma primeira tendência vem na forma como a inovação social é feita. Me parece que há um fortalecimento cada vez maior do trabalho colaborativo e do trabalho cocriativo, uma cocriação de propostas. Temos visto cada vez mais isso sendo feito por parceiros e uma tendência de intersetorialidade, ou seja, inovação social surgindo a partir do trabalho conjunto entre diferentes setores, por exemplo, terceiro setor e setor público, academia e iniciativa privada. Esse conjunto intersetorial tem produzido inovação social. Uma terceira tendência vem muito vinculada a web 3.0, ou seja, o blockchain influenciando algumas novas soluções. A robótica também vem trazendo novas possibilidades. Temos visto tokens sendo criados e tendo lastros e vínculos em resultados sociais ou ambientais. É uma tendência bastante observada. Eu acho que essas três talvez sejam as principais.
IN – O Instituto atua em três principais frentes: a Promoção da Saúde Integral e do Bem-Estar, o Fortalecimento dos Ecossistemas de Impacto e o Engajamento Social e Filantropia. Como é feito o trabalho nessas áreas?
GC – É importante primeiro falar que essas três áreas, essas três frentes, elas são os nossos três eixos estratégicos, que estão vinculados a nossa missão que é contribuir com a melhoria da qualidade de vida, do bem-estar e da prosperidade nas comunidades onde o Grupo Sabin atua fomentando a inovação social. Então todo nosso ecossistema de projetos, programas, ações e parcerias estão organizados nessas três áreas. Na primeira parte, da Promoção da Saúde Integral e do Bem Estar de pessoas em situação de vulnerabilidade, temos um conjunto de projetos, programas e de parcerias que buscam levar acesso e saúde de qualidade a pessoas que estão em situação de vulnerabilidade. A gente tem desde programas que atuam com um ciclo de cuidado completo, programa de imunização para pessoas em situação de vulnerabilidade, programa de diagnóstico e assim sucessivamente.
Já o “Fortalecimento de Ecossistemas de Impacto” é o eixo em que não vamos olhar para os beneficiários, ou seja, para as pessoas. A gente passa para as organizações que geram impacto social, seja um negócio de impacto ou também organizações da sociedade civil, que visam o desenvolvimento de empreendedores, e para as organizações que dinamizam um ecossistema de impacto como universidades, aceleradoras, incubadoras e investidores.
No terceiro eixo – Engajamento Social e Filantropia – é que trabalhamos a parte mais clássica do Instituto que são os programas de voluntariado corporativo, as campanhas de arrecadação que nós fazemos durante o ano, os trabalhos de doação para organizações sociais, entre outras iniciativas. Muitos desses programas e projetos fazem parte de mais de um eixo estratégico. Temos cada vez mais trabalhado no sentido de conectar e harmonizar esses três eixos estratégicos para que eles possam nos ajudar a cumprir a nossa missão.
IN – Recentemente o Grupo Sabin aumentou sua atuação na região Nordeste, adquirindo laboratórios no Piauí e no Maranhão. O que levou a essa expansão? Como isso vai impactar na atuação/presença do Instituto na região?
O Grupo Sabin tem como visão se tornar uma referência em saúde na América Latina. Somos um grupo que tem se expandido especialmente para as regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste fugindo dos grandes centros e interiorizando acesso à saúde no Brasil. Sempre que o Grupo Sabin se expande, o Instituto também acompanha. O nosso alinhamento estratégico junto a mantenedora é geográfico. Então quando o grupo chega numa cidade o Instituto também chega e passa a olhar para aquela comunidade, para aquela região. A partir daí, começa a tentar trazer novas propostas, novas soluções para os desafios que eles têm, a partir do que a gente já sabe, do nosso aprendizado, das nossas competências. É assim que a gente caminha junto com essa expansão.
IN – O Instituto Sabin é parceiro da Plataforma Impacta Nordeste há alguns anos. Essa parceria tem sido estratégica para fomentar o ecossistema regional, seja através da comunicação/produção de conteúdo, do fortalecimento de comunidades/redes por meio do projeto Impulsio.ne, da capacitação de empreendedores sociais e de mapeamentos. Do ponto de vista do Instituto, como tem sido essa experiência?
A parceria com o Impacta Nordeste tem sido uma experiência fantástica. Estar ao lado do portal Impacta Nordeste tem sido uma experiência de muito aprendizado para nós do Instituto. É uma relação de confiança, muito fluida, na qual buscamos se desenvolver a cada ano, a partir da experiência do ano anterior, identificando o que mudou, o que permanece igual, quais são as necessidades da região. Assim como falamos de inovação social na nossa parceria, também buscamos ser inovadores e estar sempre se atualizando e sabendo dos novos contextos e dos novos desafios que surgem. Essa parceria é muito importante para nós, o Impacta Nordeste é um portal pioneiro no Nordeste e talvez até no Brasil. Se formos pegar o modelo dele não tem nada parecido nas outras regiões do país e, inclusive, alguns dos programas, como o próprio Impulsio.ne, já temos a ideia de que eles possam ser configurados, prototipados e testados em outras regiões do país. Para nós seria ótimo se tivéssemos um portal como o Impacta Nordeste como parceiro em cada uma das cinco regiões do país.