Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro relança sua plataforma digital que usa tecnologia social para o mapeamento, comunicação e curadoria da ONG Artesol, que integra cerca de 10 mil artesãos pelo país.
A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro chega a sua 6ª edição relançando a maior plataforma digital do setor (redeartesol.org.br), que integra mais de 10 mil artesãos de todo o território nacional e conta com uma interface intuitiva para facilitar a busca do público por informações e contatos dos agentes do segmento. A iniciativa é desenvolvida pela Artesol – organização sem fins lucrativos, que atua há 25 anos no universo artesanal, e já foi certificada como uma Tecnologia Social pela Fundação Banco do Brasil.
Na prática, o projeto mapeia, capacita e conecta os principais núcleos de artesãos e artistas populares brasileiros aos demais agentes do segmento, tais como lojistas, pesquisadores e instituições culturais, criando um efetivo canal de interlocução entre eles e com o público. Desta forma, a Rede fortalece todo o ecossistema do artesanato, gera oportunidades de negócios nesta cadeia e difunde conhecimentos sobre os artesãos do Brasil para todo o mundo em um portal traduzido em 12 idiomas, além da linguagem de libras. “A iniciativa contribui, assim, para a salvaguarda da vasta cultura imaterial e material ligada ao fazer artesanal, tão importante para o desenvolvimento socioeconômico dos territórios criativos do Brasil, seja em comunidades quilombolas, em periferias urbanas, em aldeias das mais diferentes etnias, ou vilarejos de rendeiras Brasil afora”, afirma Josiane Masson, diretora executiva da Artesol.
Atualmente, o portal do projeto contabiliza 198 associações, 21 organizações indígenas, 74 mestres, 78 artesãos individuais e artistas populares, 15 territórios criativos, 29 espaços culturais, 59 lojistas e 25 programas de fomento espalhados por todo o país. Além do mapeamento, a Rede também atua na capacitação dos artesãos nas áreas de tecnologia de comunicação digital e comercialização, por meio de oficinas, mentorias, laboratórios, palestras, entre outros. A plataforma funciona também como um hub de conteúdo sobre os saberes e fazeres artesanais ligados às identidades culturais do país, utilizado como fonte para pesquisas acadêmicas, projetos de curadoria, desenvolvimento de produtos e negócios no geral.
Em 2023, o portal do projeto foi reformulado, ganhando novas funcionalidades e conteúdos. “O foco é tornar a ferramenta cada vez mais moderna, democrática e intuitiva para gerar visibilidade para nosso vasto patrimônio cultural e promover conexões potentes entre os artesãos e os seus mais diversos públicos, revelando seus talentos para o mundo”, complementa Jô Masson.
Através dessa visibilidade, o projeto tem fortalecido a economia de comunidades tradicionais, especialmente coletivo de mulheres, que atuam com o manejo sustentável das matérias-primas brasileiras, em regiões com poucas oportunidades de emprego. “Seja Amazônia, na Mata Atlântica, ou em diferentes reservas extrativistas, os artesãos transformam recursos naturais em renda e cultura, preservando as florestas em pé e valorizando nossa biodiversidade”, ressalta Sonia Quintela, presidente da Artesol.”
Reconhecimento
Em 2021, a iniciativa foi certificada como uma Tecnologia Social pela Fundação Banco do Brasil, além de ser uma das finalistas do Prêmio de Tecnologia Social na categoria Inovação Digital. Isto quer dizer que a plataforma foi reconhecida como uma inovação digital que traz soluções efetivas para a transformação social no universo artesanal. Para Jô Masson, a certificação reforçou o compromisso da organização em promover o desenvolvimento social e econômico dos artesãos envolvidos, salvaguardando técnicas artesanais que são patrimônio cultural. “O uso da tecnologia possibilita a conexão e articulação de toda a cadeia do artesanato a nível nacional e internacional e contribuí para a geração de novas oportunidades de negócios e parcerias para todos os envolvidos nesse ecossistema”, afirma.
A Artesol conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale há 5 anos, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, pois o instituto tem um grande compromisso com a salvaguarda do patrimônio imaterial do país e a inclusão socioprodutiva de comunidades tradicionais.