Por Impacta Nordeste
Segundo pesquisa feita pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), em 2017, a Economia Criativa movimentou R$ 171,5 bilhões no Brasil. Hoje, o setor vem se mostrando um caminho eficaz para geração de negócios, novas oportunidades de emprego e maior fluxo de conhecimento, proporcionando desenvolvimento e geração de renda.
A Indústria Criativa é bastante diversificada e abrange quatro eixos. São eles:
- Consumo: publicidade e marketing, arquitetura, design e moda
- Cultura: música, expressões culturais, artes visuais, artes cênicas, patrimônio e artes
- Mídia: editorial, games e audiovisual
- Tecnologia: pesquisa e desenvolvimento, biotecnologia, tecnologia da informação e comunicação
Trabalhar com a criatividade pode parecer um sonho para muitas pessoas, mas exige, além de uma mente criativa, habilidades para transformar suas ideias em negócios rentáveis. Afinal, para que o criativo continue fazendo o que mais gosta, é necessário que sua criação lhe proporcione renda.
Vamos analisar o conceito de empreendedor segundo o Sebrae:
Empreendedor é aquele que inicia algo novo, que vê o que ninguém vê. É aquele que realiza antes, que sai da área do sonho, do desejo, e parte para a ação.
Como podemos ver, criatividade e empreendedorismo estão intrinsecamente ligados. No entanto, há uma parcela significativa de empreendedores criativos que sentem dificuldade de se reconhecer, de fato, como empreendedor.
Vamos analisar alguns pontos para entender a importância do criativo também se ver como um empreendedor. Continue lendo!
A arte de criar… e de ganhar dinheiro
A Economia Criativa pode produzir tanto bens tangíveis (um artesanato, por exemplo) quanto intangíveis (como música) por meio do conhecimento artístico e intelectual, trazendo valor para a sociedade através de sua criatividade.
Como vimos no início deste artigo, grande parte dos negócios inseridos na Indústria Criativa possuem viés artístico. Portanto, vamos focar a análise nesse grupo específico.
Quando analisamos superficialmente a história da arte, podemos identificar que a relação entre arte x dinheiro sempre foi paradoxal. A partir do Renascimento e seus valores humanistas, houve uma evolução no estatuto do artista e na valorização da sua obra por meio do mecenato. Na época, detentores de poder e dinheiro se rodeavam de artes para demonstrar sua cultura e, consequentemente, começaram a enxergar os artistas de outra forma.
Com o surgimento da economia de mercado, essas relações passaram por grandes mudanças. Os artistas começaram a produzir para um grande mercado anônimo. O princípio dominante da atividade artística passou a ser a própria individualidade e ousadia criativa. Nesse momento, o artista passou também a ser um mercador ou comerciante.
Repare que essa mudança proporcionou a possibilidade da independência (criativa), mas para conseguir a independência (financeira) ele passou a ter a necessidade de desenvolver outras habilidades.
Embora para alguns possa ser a parte mais chata da atividade, saber transformar sua arte em um produto valorizado e administrar bem o processo pode ser a chave para a sua plena independência criativa e financeira.
A criatividade da necessidade
Com a crescente taxa de desempregados no Brasil, alguns brasileiros viram no empreendedorismo uma forma para driblar a crise financeira; outros o fizeram por necessidade.
De acordo com pesquisa feita pelo IBGE em março deste ano, 38 milhões de brasileiros estão trabalhando sem registro em carteira. Enquanto isso, 810 mil empregadores não possuem Cadastro de Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) ativo.
Muitas pessoas que já possuem alguma habilidade única ou ideia criativa resolveram colocá-las em prática para gerar uma fonte de renda. Mas a “pressa” em abrir o próprio negócio e a falta de conhecimento necessário para estruturá-lo acabam levando os novos empreendedores a não atingir o pleno potencial de suas ideias.
É importante ter em mente que essa ideia ou dom é o seu produto, inclusive (ou especialmente) se o negócio é só você e sua criatividade. Entender os detalhes de seu produto como: quanto custa para ser produzido, quanto custa para ser comercializado, para quem você deve vender, qual valor as pessoas estão dispostas a pagar por ele, como você está se comunicando com essas pessoas, quanto cobram pessoas que vendem um produto semelhante, entre outros, é fundamental para você aprimorá-lo e aumentar a sua renda.
Por menor que seja a sua empresa, se ela for estruturada e você conhecer o seu mercado, terá muito mais chances de prosperar. Quando o público identifica que sua empresa, além de criativa, é organizada, a probabilidade de novas oportunidades surgirem é muito maior.
Se você é um empreendedor da economia criativa nesse contexto, um bom ponto de partida é formalizar a sua empresa. Você pode optar por se tornar um Microempreendedor Individual (MEI). Para se tornar MEI, é muito fácil! Basta acessar o Portal do Empreendedor e acessar a seção Microempreendedor Individual. Todo o processo é feito de forma rápida e online.
E quanto custa a minha criatividade?
Colocar o preço no seu produto é uma das grandes dúvidas de quem está começando o próprio negócio. Para quem trabalha com economia criativa, definir o valor do seu produto pode ser ainda mais confuso, já que o processo criativo do produto/serviço acontece de forma subjetiva. Além das ferramentas práticas, mão de obra e tempo de fabricação/produção, a propriedade criativa também deve ser levada em consideração na hora de precificá-lo.
No caso do empreendedor da economia criativa, quanto mais diferenciado e inovador é o seu produto, maior valor ele terá. Mas a criatividade por si só não vai lhe proporcionar a maior receita por seu produto. Por exemplo, do que adianta ter um produto criativo e inovador se as pessoas não o conhecem? Ou se quando o conhecem não entendem bem a proposta? Como você conta a história do seu produto pode fazer toda a diferença no preço que você cobrará por ele. A técnica de contar histórias de maneira relevante é chamada de storytelling, uma técnica amplamente utilizada no marketing e na publicidade.
Há também outras formas que você pode agregar valor ao seu produto. Esses são apenas alguns exemplos para demonstrar que o produto em si é só uma parte de todo um processo mais amplo. Para garantir que você está conseguindo extrair o valor adequado de sua criação, é importante compreender todos os aspectos inerentes à sua atividade. Se possível, invista em orientação específica, como consultorias e cursos. Há também muito conteúdo disponível gratuitamente.
Busque conhecimento complementar
Como mencionamos no tópico anterior, buscar conhecimento nunca é demais, principalmente agora que você sabe que está gerindo um negócio. Portanto, procure se capacitar para desenvolver aquelas habilidades que você ainda não é tão bom. Para isso, é importante fazer uma autoanálise (sincera!) e identificar os pontos que você ainda precisa evoluir.
Vamos supor que o empreendedor criativo (você!) não tenha um bom conhecimento em administração. Assim como mencionamentos anteriormente, para entender como funciona o gerenciamento de negócios, a dica é buscar cursos, workshops e até mesmo mentorias com especialistas no assunto.
O Sebrae, por exemplo, oferece diversas soluções para o microempreendedor criativo, entre eles, conteúdos gratuitos como cursos online sobre como elaborar seu plano de negócio, análise de negócio e planejamento estratégico para empreendedores. Além desse conteúdo gratuito, se você é empreendedor criativo no Nordeste, se liga nessa dica!
O Sebrae quer impulsionar os criativos do Nordeste e mostrar o que a região tem de bom! Se você é empreendedor do setor criativo na região, participe do Mapeamento Sebrae de Economia Criativa do Nordeste e concorra a premiação em dinheiro, capacitação e conexão na rede de economia criativa do Sebrae.
A iniciativa, realizada pelo Sebrae em parceria com o Impacta Nordeste e busca e seleção Pipe.Social, vai mapear e fomentar negócios de capital intelectual e cultural na Região Nordeste. Acesse www.impactanordeste.com.br/economiacriativa e participe!