Por Impacta Nordeste
Com informações de Diário do Nordeste
Foto: Divulgação
O professor de ciências da computação Ciswal Santos, de 31 anos, está de malas prontas para Moçambique, África. O motivo é a apresentação de seu projeto para geração de energia sustentável que consiste na utilização de placas solares para a captação de água a partir de poços artesianos, e acesso à internet, disponibilizada via satélite.
O convite para a viagem veio após ser nomeado embaixador de Direitos Humanos da Noble Order for Human Excellence (NOHE), entidade presente em 17 países, pertencente à Organização das Nações Unidas (ONU).
A estrutura de captação de energia deverá ser aplicada em uma escola de Moçambique para que haja iluminação no prédio durante todo o dia. Segundo Ciswal, sua ideia inicial era de que seu projeto se estruturasse no Brasil para ajudar o povo nordestino, sobretudo os moradores do Semirárido.
“O meu projeto não gera dinheiro para ricos; favorece a população. Não é corrupto, não é comercial, por isso não fui aceito. Na África, fui abraçado e recebi muitos convites.”, comenta Ciswal. Além de Moçambique, Congo, Madagascar e Zimbábue também manifestaram interesse em conhecer seu projeto.
Uma história de persistência
O caminho de Ciswal não foi nada fácil. Nascido em Serra Talhada, Pernambuco, filho de uma faxineira e um professor, na adolescência, Ciswal trabalhou em um supermercado para poder sustentar sua família.
Mas para conseguir bancar seus estudos, chegou a catar latinhas pelas ruas de Juazeiro do Norte, no Ceará, durante à noite após sair da faculdade. Todo o dinheiro recebido com a atividade de reciclagem era destinado para a compra de apostilas, fardamento e xerox de material para seus estudos. Na época, Ciswal cursava Física na Universidade Federal do Ceará.
Em 2018, Ciswal virou notícia em todo o país após ter seu projeto de geração de energia sustentável selecionado em Harvard. Com isso, ele obteve acesso gratuito as aulas de um professor da universidade através de videoconferência e conquistou o diploma em Ciência da Computação.
“Eu tive dificuldade para estudar, o pessoal sabe disso. Mas superei e foi através da educação que estou onde estou. Decidi que, enquanto vida tiver, enquanto Deus me der inteligência, duas pernas, dois braços e uma cabeça para pensar, eu vou resolver o problemas dessas pessoas. Não vou querer ganhar dinheiro com isso. Quero que minhas ideias sirvam como um canal de solidariedade e oportunidade para estas pessoas.”, afirma Ciswal.
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