Impacta Nordeste

Startup de impacto maranhense capta R$ 800 mil no Shark Tank Brasil

Empresa nasceu dentro do Inova Amazônia, programa do Sebrae que apoia o desenvolvimento de ideias inovadoras e pequenos negócios voltados à bioeconomia.

*Com informações de Cibele Maciel / Agência Sebrae de Notícias
**Monique Evelle com a equipe da Gamezônia durante o programa Shark Tank Brasil (Foto: divulgação).

Quando viu a notícia de que 80% da Amazônia do Maranhão já foi devastada, a jovem maranhense Patrícia Muniz sentiu um incômodo e compartilhou com amigos. Com esse sentimento e um propósito em comum de mudar essa realidade, o grupo teve a ideia de criar um jogo virtual que une diversão e educação ambiental para pessoas de todas as idades. Com apoio do Programa Inova Amazônia, a ideia se transformou na startup Gamezônia. A iniciativa do Sebrae apoia o desenvolvimento de pequenos negócios inovadores voltados à bioeconomia. Ao participar do programa gratuitamente, eles tiveram mentorias e capacitações, além de momentos de conexão. Conheça mais sobre o programa do Sebrae aqui.

“A virada de chave foi a fé que o Sebrae colocou em nós, proporcionando nossa participação em importantes eventos nacionais do ecossistema de inovação do país, onde pudemos ter nosso produto validado antes mesmo de sair do papel.”

Patrícia Muniz, COO do Gamezônia

No último dia 24 de outubro, a startup alcançou um feito inédito ao captar R$ 800 mil da investidora Monique Evelle, no Shark Tank Brasil, exibido pela Sony Channel no YouTube e canais de TV por assinatura. “Somos a primeira startup maranhense a participar do programa. Não é um feito apenas para nós, mas para todo o Maranhão e para o nosso ecossistema. Conseguimos chamar atenção para o potencial do nosso estado”, afirma, com entusiasmo.
 

Nesta 9ª temporada, o programa deu oportunidade para negócios de impacto, como é o caso do Gamezônia. “Nosso game está totalmente desenvolvido e aproveitamos o programa para fazer o lançamento. Sabemos do alcance do Shark Tank não só no Brasil, como em mais 40 países ao redor do mundo”, conta.

Patrícia Muniz, COO da Gamezônia. (Foto: arquivo pessoal)

A COO esclarece que o jogo foi criado em 3D para proporcionar uma vivência da rica biodiversidade da Amazônia, recontando sua história por meio de povos e comunidades tradicionais, bem como apresentando os desafios ambientais. “É uma solução tecnológica, fácil de usar, de forma muito intuitiva. Nosso público inclui escolas, empresas que querem causar impacto e implementar ESG, como também interessados em apadrinhamento”, explica Patrícia.

Por uma nova economia

Com essa solução inovadora, a startup maranhense conquistou o interesse da investidora e empreendedora baiana Monique Evelle, reconhecida como uma das maiores vozes de inovação empreendedora no Brasil e por valorizar empreendimentos de impacto.

“A Gamezônia faz parte dos negócios que acredito terem o poder de prolongar a sustentabilidade do planeta, trazendo a conscientização que todos ganham com a Amazônia de pé”, reitera. “Esse jogo, que aborda a história da floresta pela visão dos povos tradicionais, traz uma valiosa contribuição ao sensibilizar os jovens estudantes sobre a importância de preservar a Amazônia”, pontua.

Em entrevista à Agência Sebrae de Notícias (ASN), Monique contou que tem buscado investir em empresas que desenvolvam soluções capazes de mitigar os riscos apontados anualmente pelo Fórum Econômico Mundial. Segundo ela, no último relatório, a organização internacional apontou eventos climáticos extremos, perda da biodiversidade e escassez de recursos naturais como exemplos de ameaças globais ao desenvolvimento.

“Acredito fortemente no potencial dos pequenos negócios de impacto, especialmente aqueles que integram práticas de ESG (Ambiental, Social e Governança). Investir nesse segmento vai além de uma decisão financeira, é um compromisso com a criação de soluções sustentáveis e inovadoras que respondem a problemas reais e imediatos.”

Monique Evelle, investidora.

Ela acrescenta que programas como Inova Amazônia são fundamentais para o crescimento sustentável, especialmente quando o foco é a bioeconomia. “Esse tipo de apoio oferece base para startups em estágios iniciais, proporcionando orientação, infraestrutura e conexões estratégicas”, avalia.

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