No vibrante cenário turístico da Paraíba, a Extremo Tour se destaca ao redefinir a forma como pessoas 50+ vivenciam aventuras e redescobertas. Fundada pelas empreendedoras Raizza de Oliveira Pinheiro e Roberta Pereira Monteiro, a empresa oferece passeios turísticos e apresenta um convite para transformar o amadurecimento em uma jornada repleta de novas histórias e conexões significativas.
O público 50+ tem ganhado protagonismo no mercado. Dados da consultoria Data8 apontam que este grupo movimenta R$ 2 trilhões por ano no Brasil, sendo responsável por 23% do consumo de bens e serviços, com uma renda anual de R$ 940 bilhões. Estudos da Fundação Getúlio Vargas reforçam essa tendência, revelando que brasileiros acima de 65 anos representam 5% do grupo de maior poder aquisitivo do país. Apesar disso, a chamada economia prateada ainda é subestimada, com pouca atenção publicitária direcionada a ela.
Para a Extremo Tour, esse público representa uma oportunidade de promover inclusão e bem-estar. O 50+ Aventuras, um negócio de impacto social derivado da Extremo Tour, foca em experiências adaptadas para o público acima de 50 anos. Cada passeio é desenhado para estimular a saúde física e mental, além de resgatar a autoestima dos viajantes, provando que essa fase da vida pode ser repleta de descobertas.
“Hoje as pessoas de 50+ estão muito mais associadas à ideia de maturidade, com pessoas extremamente ativas, articuladas e com poder aquisitivo. Queremos que nossos clientes redescubram o brilho de se aventurar e criar novas histórias, sem perder o encanto por explorar o mundo”, afirma Raizza, co-fundadora da empresa.
Para que a Extremo Tour continue transformando o turismo e oferecendo experiências de vida para o público acima de 50 anos, a empresa se inscreveu no Programa Impulsio.ne Turismo Sustentável, realizado pela Plataforma Impacta Nordeste em parceria com o Instituto Bancorbrás, e foi uma das 6 empresas selecionadas. O programa proporciona suporte estratégico e capacitações voltadas para a estruturação dos negócios.
O futuro da Extremo Tour é promissor. Com o apoio do programa e o crescente interesse no turismo 50+, as empreendedoras planejam expandir rotas e experiências, consolidando-se como referência no segmento. Mais do que passeios, elas oferecem aos seus clientes a oportunidade de criar uma nova visão para essa fase da vida, conectando-os a aventuras cheias de significado e humanidade. Conversamos com Raizza de Oliveira sobre os desafios e conquistas dessa jornada.
Impacta Nordeste) Como a 50+ Aventuras / Extremo Tour surgiu?
Raizza de Oliveira Pinheiro) A inspiração veio das minhas vivências familiares. Quando me tornei independente, comecei a planejar roteiros de viagens para as minhas tias, todas na faixa dos 50 anos. Foi extremamente gratificante compartilhar algo novo com pessoas mais experientes, que tanto me ensinaram ao longo da vida e, assim, nasceu a ideia de levar essa experiência para outras pessoas.
Quais são os principais desafios e oportunidades do turismo para pessoas maduras?
Nosso foco no turismo de aventura é mostrar para pessoas acima de 50 anos que elas são plenamente capazes de vivenciar novas experiências, de se desafiar e superar os obstáculos que a trilha pode oferecer.
Essas aventuras não apenas proporcionam momentos de superação, mas também fortalecem a autoconfiança, encorajando-as a enfrentar os desafios da vida cotidiana. Queremos provar que a idade não é um paralisante para a vida, mas sim uma etapa repleta de possibilidades.
Como as experiências oferecidas pela 50+ Aventuras promovem conexões significativas?
Quando as pessoas enfrentam situações desafiadoras e encaram seus próprios medos, elas tendem a se tornar mais receptivas, abertas a ouvir e a aceitar ajuda. À medida que ganham experiência e confiança nas trilhas, muitas começam a retribuir, oferecendo incentivo, conselhos ou até mesmo uma mão amiga quando necessário.
Essa troca, que equilibra momentos de força e fragilidade, cria conexões humanas profundamente significativas. Além disso, como a maioria dos nossos roteiros é voltada para o ecoturismo, a própria imersão na natureza propicia um estado de reflexão interior, o que nos faz dar valor às coisas simples e importantes.
Quais são os impactos positivos proporcionados para os seus clientes e para as comunidades?
Após se reconhecerem como capazes e independentes, nossos clientes passam a enxergar a vida sob uma nova perspectiva. Sentimentos de inutilidade e abandono são substituídos por um impulso renovado para traçar metas, iniciar projetos e planejar o futuro que ainda está por vir. Muitos começam a praticar atividades físicas regularmente, enquanto outros criam grupos de afinidade, organizando encontros periódicos. Já tivemos casos de clientes que, ao encontrarem força e autoconfiança nas experiências proporcionadas, tomaram atitudes significativas, como sair de relacionamentos abusivos.
Nossos passeios, focados em ecoturismo e aventura, ocorrem em pequenos municípios, onde buscamos integrar e beneficiar as comunidades locais. Trabalhamos para que essas comunidades descubram e valorizem suas potencialidades, ao mesmo tempo em que se preparam para receber visitantes sem perder suas características autênticas. Se há alguém que oferece comida, fazemos nossas refeições no local; quando há frutas disponíveis para colheita, promovemos a experiência de “colha e pague”; se existem marisqueiros, propomos atividades de coleta de mariscos, reforçando a importância cultural dessas práticas e contribuindo para sua sustentabilidade. Esse modelo valoriza a comunidade como também cria uma vivência rica e significativa para os turistas.
Quais têm sido os maiores desafios enfrentados para estruturar a Extremo Tour/50+ Aventuras?
Quando começamos um negócio, é difícil compreender a quantidade de atividades que um empreendedor precisa gerenciar para alcançar o sucesso. O maior desafio está em organizar essas tarefas de forma sistemática e planejada, especialmente porque as demandas operacionais do dia a dia acabam consumindo o tempo que deveria ser dedicado ao planejamento estratégico. Esse equilíbrio entre execução e estratégia é essencial, mas também uma das partes mais complexas da jornada empreendedora.
Como a participação no programa de aceleração Impulsio.ne Turismo Sustentável, realizado pela Plataforma Impacta Nordeste em parceria com o Instituto Bancobrás, está ajudando a Extremo Tour a se estruturar?
Meus mentores foram excelentes e cada sessão de mentoria trouxe novos insights que transformaram minha forma de pensar e agir. Como mencionei, o dia a dia pode nos consumir, tornando difícil encontrar respostas simples, mas essenciais para o avanço do negócio.
Durante esses meses, aprendi o valor de estruturar as atividades com conceitos claros e metas definidas, colocando no papel não apenas o que queremos alcançar, mas como vamos alcançar. Essa mudança de perspectiva foi decisiva para orientar o crescimento da empresa de maneira eficiente.
Quais são os planos e perspectivas futuras para a Extremo Tour e o 50+ Aventuras Construir? Como vocês visualizam o crescimento da empresa nos próximos anos?
Nossa meta é consolidar a 50+ Aventuras em João Pessoa, tornando-a uma referência local, e, em seguida, expandir essas experiências para pessoas maduras de outras regiões. Reconhecemos que muitas pessoas precisam de uma motivação para viver com mais alegria e bem-estar, e estamos confiantes de que temos as ferramentas e o conhecimento para proporcionar isso de forma significativa e transformadora.
Sara Café, é graduada em Comunicação Social/Jornalismo, especialista em assessoria de comunicação e formação em fotografia. Atua na área de inovação e impacto social através de trabalhos de jornalismo, redação e produção de conteúdo, mídias sociais, assessoria de imprensa e coberturas fotográficas. Bolsista de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação no Laboratório de Inovação do SUS no Ceará (2021) e do Observatório de Educação Permanente em Saúde (2022), projetos da Escola de Saúde Pública do Ceará. Produz entrevistas e matérias jornalísticas especializadas para o hub de negócios TrendsCE. Voluntária e Diretora de Comunicação do Instituto Verdeluz (gestão 2019 a 2022) e membra da Rede Brasileira de Jornalistas e Comunicadores de Ciência (RedeComCiência), da Rede Narrativas e integrante da Rede Linguagem Simples Brasil.
Sara faz parte da Rede Impacta Nordeste.