Recomendações consolidadas pelo Grupo Técnico ”Filantropia e Desenvolvimento Sustentável” destacam necessidade de mobilização global e redistribuição de riqueza para enfrentamento às emergências climáticas e desigualdades sociais. “Communiqué” do GT9 foi antecipado ao governo federal nesta quinta-feira (24) e será oficialmente apresentado à cúpula do G20, no próximo mês.
*Foto de capa: Gife/Divulgação
O secretário-geral do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE), Cassio França, e o representante da rede global de organizações filantrópicas WINGS, Benjamin Bellegy, anteciparam ao governo federal, na tarde da última quinta-feira (24), as recomendações consolidadas pelo Grupo de Trabalho “Filantropia e Desenvolvimento Sustentável” (GT9) do G20. O documento será oficialmente apresentado aos chefes de Estado no encerramento dos trabalhos sob a presidência do Brasil, em novembro, no Rio de Janeiro.
O chamado “Communiqué” do GT9 — grupo técnico liderado pelo GIFE, a WINGS e o International Institute for Environment and Development (IIED) — foi entregue aos representantes da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gustavo Westmann; e da Secretaria-Geral do G20 e do Ministério das Relações Exteriores, Pedro Simões. Também participaram da reunião, no Palácio do Planalto, a representante do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) e da Rede Comuá, Cris Azevedo, e os especialistas do GIFE Gustavo Bernardino, gerente de Programas, e Pedro Bocca, coordenador de Articulação Internacional e Políticas Públicas.
Entre as recomendações apontadas no documento, destacam-se o incentivo a fundos colaborativos que mobilizem capital privado para ações sistemáticas, coletivas e plurilaterais; o estímulo a iniciativas multissetoriais entre instituições filantrópicas, setor privado e governos; e o desenvolvimento de um sistema tributário internacional mais justo, ancorado em um contrato social internacional comprometido com a redução das desigualdades.
“O mundo precisa de uma real cooperação internacional, de uma verdadeira missão global coletiva de redistribuição da riqueza para o efetivo enfrentamento à crise climática e às desigualdades sociais”, defende o secretário-geral do GIFE, Cassio França.
Ao parabenizar a atuação do GT9 neste G20, Gustavo Westmann observou a importância de o setor filantrópico manter tal participação ativa nas próximas edições do Grupo dos Vinte, que reúne as 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e a União Africana. Ele informou que o “Communiqué” será encaminhado ao Ministério da Fazenda e para outros órgãos do governo federal.
Pedro Simões pontuou que o GT9 “fez acontecer”. Enfatizou, ainda, o forte alinhamento da atuação da filantropia com propostas e ações defendidas pelo governo, durante o G20.
Sobre o GIFE
O Grupo de Institutos, Fundações e Empresas atua há quase 30 anos pelo fortalecimento do Investimento Social Privado (ISP)/filantropia de impacto. A organização reúne 170 associados — empresas, institutos ou fundações de origem corporativa, familiar e independente — que representam parcela robusta da economia. Eles investem e/ou executam iniciativas e projetos de interesse público voltados à redução das desigualdades, geração de renda e oportunidades, justiça climática, sustentabilidade, equidade racial e de gênero, educação, saúde e apoio à juventude, entre outros temas.
Para conectar e mobilizar os investidores sociais, o GIFE promove diferentes espaços de diálogo e colaboração entre associados e apoiadores. Também produz e compartilha conhecimento a partir de pesquisas, estudos, análises e debates para o constante fortalecimento do setor.
O Censo GIFE é um dos mais relevantes retratos da filantropia brasileira. A edição 2022-2023 do estudo revelou que, mesmo com um cenário econômico desafiador em 2022, investidores associados direcionaram R$ 4,8 bilhões para ações filantrópicas de impacto social.
Referência nacional no campo do ISP, o GIFE foi escolhido para ser a organização brasileira líder do GT9. O Grupo de Trabalho está inserido no Civil Society 20 (C20), uma das principais instâncias de engajamento do G20. É no C20 que, ao longo do ano, foram tratadas as demandas e recomendações da sociedade civil organizada, segmento que o governo brasileiro buscou fortalecer nesta edição do G20.