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BNDES lança chamada permanente de R$ 80 milhões para projetos de proteção a ilhas oceânicas brasileiras

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Iniciativa “Ilhas do Futuro, Ninhos Protegidos” financiará ações de restauração ambiental e controle de espécies invasoras. Propostas podem ser inscritas até 17 de outubro de 2025.

Organizações da sociedade civil já podem se inscrever na nova chamada permanente lançada pelo BNDES voltada à conservação de ilhas oceânicas e à proteção de aves marinhas ameaçadas. A iniciativa “BNDES Biodiversidade – Ilhas do Futuro, Ninhos Protegidos” conta com orçamento total de R$ 80 milhões, dos quais R$ 40 milhões são recursos não reembolsáveis do Fundo Socioambiental do BNDES.

A chamada é voltada a instituições sem fins lucrativos, que poderão apresentar projetos com valor mínimo de R$ 5 milhões. O BNDES financiará até 50% do valor total de cada proposta aprovada. As inscrições estão abertas até 17 de outubro de 2025, pelo site www.bndes.gov.br/chamadabiodiversidade.

Os projetos devem ser voltados à restauração de habitats reprodutivos de aves marinhas migratórias ou ameaçadas, especialmente em nove grupos de ilhas e arquipélagos localizados em Unidades de Conservação federais, sob gestão do ICMBio. As áreas prioritárias incluem: Fernando de Noronha, São Pedro e São Paulo, Atol das Rocas, Abrolhos, Arvoredo, Alcatrazes, Cagarras, Tupiniquins, Ilhas dos Currais e Trindade.

Entre as ações apoiadas estão o controle de espécies invasoras, como ratos e ratazanas, o monitoramento ambiental contínuo e o desenvolvimento de mecanismos como créditos de biodiversidade. A iniciativa está alinhada com estratégias e políticas públicas como o PAN Aves Marinhas e a Estratégia Nacional para Espécies Exóticas Invasoras.

“Estamos dedicando recursos para restaurar ecossistemas frágeis e manter o papel estratégico dessas ilhas na reprodução e migração das aves marinhas”, destacou Tereza Campello, diretora socioambiental do BNDES.

Economia azul em expansão

Além da chamada para ilhas oceânicas, o BNDES anunciou a ampliação da iniciativa BNDES Corais, que agora conta com R$ 176 milhões em recursos destinados à recuperação de recifes em diversas regiões do país. Apenas nesta nova etapa, foram selecionados seis projetos de organizações como WWF-Brasil, Funbio e AEPTEC-BA, que receberão R$ 86 milhões, metade com financiamento do BNDES.

O Banco também segue avançando na estruturação do Planejamento Espacial Marítimo (PEM). Durante o evento, foi anunciado o consórcio vencedor para o PEM da região Norte, liderado pela FGV, e assinado o contrato para o PEM da região Sudeste, que inclui São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Juntos, os dois projetos receberão mais de R$ 25 milhões em recursos do BNDES.

Esses estudos se somam às iniciativas em curso nas regiões Sul e Nordeste. No Nordeste, o PEM é coordenado pela FUNPEC e envolve universidades federais de diversos estados, com investimento de R$ 10,6 milhões, financiado pelo Funbio com apoio do Ministério do Meio Ambiente.

Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o objetivo é consolidar o Planejamento Espacial Marítimo como política pública nacional até 2030. A iniciativa busca garantir que a exploração econômica do litoral brasileiro ocorra de forma ordenada, sustentável e alinhada à conservação da biodiversidade.