Terceira edição do Mapa de Negócios de Impacto realizado pela Pipe.Social aponta maturidade do setor e aumento da representatividade do Nordeste no ecossistema.
O mercado de negócios de impacto social começou como um pequeno nicho com alguns negócios pioneiros que dialogavam com poucas instituições e organizações. Lançado na última quarta-feira (28), o 3º Mapa de Negócios de Impacto conduzido pela Pipe.Labo, divisão da Pipe.Social, aponta que essa bolha está sendo rompida com a surgimento de novos negócios, uma grande variedade de instituições e organizações fomentando o setor e o engajamento de empresas tradicionais em busca de soluções para resolver os desafios da sociedade.
A iniciativa que contou com o apoio da ENIMPACTO, Aliança pelos Negócios de Impacto, Climate and Land Use Alliance, do Fundo Vale, Instituto Clima e Sociedade e Instituto Sabin, mapeou 1300 negócios de impacto no Brasil, sendo 1272 negócios ativos (base para a análise do relatório) e 28 que declararam encerrar as suas atividades em 2021.
A análise histórica entre o três mapeamentos realizados em 6 anos permite identificar importantes avanços e desafios que ainda persistem no ecossistema. Os dados apontam para um aumento da diversidade no perfil dos negócios, uma melhor compreensão da jornada empreendedora e o compromisso do empreendedor com o impacto gerado.
Em termos regionais, o Nordeste aumentou a sua participação no ecossistema, passando de 9% no primeiro levantamento, para 11% no segundo e 16% no atual. De acordo com Marcello Santo, Diretor Fundador do Impacta Nordeste, “os negócios de impacto ‘fora do eixo’ trazem em si perspectivas de diferentes realidades, fator essencial em um país continental e diverso como o Brasil”.
Para Marcello, o crescimento do ecossistema no Nordeste é resultado do esforço de diversas organizações regionais que trabalham para fomentar o empreendedorismo social, respeitando o contexto em que os empreendedores estão inseridos e construindo redes locais. “Descentralizar o apoio aos empreendedores em parceria com esses dinamizadores mostra-se um caminho efetivo para o crescimento do setor”, conclui.
Outro aspecto importante e inédito no levantamento é o fato de que 36% dos negócios estão sediados no interior dos estados, o que aponta para a necessidade de programas de apoio e capacitação que consigam atender esse público crescente.
No aspecto da diversidade de gênero, as mulheres estão presentes como fundadoras em 67% das empresas do setor, sendo que 23% das empresas mapeadas têm apenas mulheres à sua frente. Os homens aparecem como fundadores em 71% dos negócios, com 27% das empresas com apenas homens na sua fundação.
Apesar dos avanços, o maior volume dos negócios (80%) está entre os estágios de desenvolvimento da solução até organização de negócio, em busca por um modelo que gere alguma sustentabilidade financeira. Apenas 20% dos negócios de impacto são financeiramente sustentáveis, 40% ainda não possui faturamento, 29% fatura até R$100 mil, 8% de R$100 mil até R$500 mil.
De acordo com Mariana Fonseca, Coordenadora do Mapa 2021 e cofundadora da Pipe.Social, em artigo para a Folha de São Paulo, “na prática, o mapa revela que o empreendedor do setor está mais maduro na compreensão de diversos termos e conceitos do universo de impacto, como mais consciente dos recursos financeiros e apoios de que necessita em diferentes estágios de desenvolvimento”.
Você pode visualizar um resumo do mapa, assim como baixar o estudo completo no site mapa2021.pipelabo.com.