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Conheça iniciativas que promovem acolhimento à comunidade LGBTQIA+

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Foto: Sharon McCutcheon em Unsplash

No mês de junho é celebrado o orgulho da comunidade LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, queer – não se enquadram em nenhum dos gêneros binários, intersexos e assexuais), momento para reflexão sobre o respeito e de discutir a diversidade.

Apesar dos diversos avanços e lutas conquistadas pela comunidade LGBTQIA+, ainda existe muito preconceito e intolerância. A não aceitação familiar seja pela questão de orientação sexual ou pela identidade de gênero é um dos motivos que fazem com que as pessoas deixem suas casas e vivam muitas vezes marginalizadas da sociedade, sem ter para onde ir, sem oportunidade no mercado de trabalho e muitas vezes vítimas de violência. 

Segundo pesquisa divulgada pelo Grupo Gay da Bahia, no ano de 2020, 237 pessoas da comunidade LGBTQIA+ tiveram morte violenta no Brasil, vítimas da homotransfobia: 224 homicídios (94,5%) e 13 suicídios (5,5%). O Grupo Gay da Bahia realiza essa pesquisa há 41 anos e essa é a única pesquisa nacional que inclui todos os segmentos dessa comunidade. 

Essas pessoas são estigmatizadas e têm suas falas silenciadas. Discutir a diversidade e o respeito é necessário numa sociedade cada vez mais plural. Diminuir o preconceito e garantir uma igualdade de direitos e oportunidades é o básico se queremos viver numa sociedade justa e igualitária. 

Falta de apoio emocional, expulsos de casa, sem orientação e nas ruas – essa é a realidade de muitas pessoas LGBTQIA+ que resolvem assumir o que realmente são. Aqui no Impacta Nordeste nós já falamos sobre iniciativas do Nordeste para denunciar violência contra pessoas LGBTQIA+ e também sobre ONGs e negócios de impacto que promovem o respeito à diversidade. E para ajudar, apoiar, abrigar e recompor a estrutura psicológica e emocional dessas pessoas que existem diversas instituições de apoio à população LGBTQIA+ espalhadas pelo país. Conheça algumas dessas iniciativas e se puder, ajude, muitas vivem apenas de doação. 

Casa 1

A Casa 1 é um centro de cultura e acolhimento em São Paulo que abriga jovens LGBTQIA+ expulsos de casa pela família por suas orientações sexuais e identidade de gênero.

Iniciada em 2017, a partir de um financiamento coletivo, o centro de acolhimento já abrigou cerca de 380 jovens. No total, o centro possui 20 vagas disponibilizadas por um período de quatro meses. O objetivo do projeto é ser uma casa temporária, realizando um trabalho multidisciplinar para que os jovens acolhidos desenvolvam autonomia para estabelecerem suas trajetórias a partir da estada no projeto.

Além da moradia, alimentação e transporte, os jovens recebem todo um suporte de assistência social para organização de documentações, apoio nos processos de continuidade ou retomada dos estudos, empregabilidade, atendimentos de saúde clínica e mental, assim como acesso à toda programação do centro cultural.

O espaço conta também com uma clínica social que realiza atendimento psicoterápico continuado, psiquiátrico, acompanhamento com nutricionistas, plantão de escuta e diversas modalidades de terapias complementares. A Casa 1 também realiza um amplo trabalho de assistência social realizado não só com os seus moradores, mas também com a população mais vulnerável do bairro do Bixiga.

Grupo Gay da Bahia

Fundada em 1980, o Grupo Gay da Bahia é a mais antiga associação de defesa dos direitos humanos dos homossexuais no Brasil. Em 1988 foi nomeado membro da Comissão Nacional de AIDS do Ministério da Saúde do Brasil e desde 1995 faz parte do comitê da Comissão Internacional de Direitos Humanos de Gays e Lésbicas (IGLHRC). 

Dentre os objetivos do Grupo Gay está o de defender os interesses da comunidade homossexual do Brasil, denunciando todas as expressões de homofobia, lutando contra qualquer forma de preconceito e discriminação; divulgar informações corretas sobre a orientação homossexual e construir um discurso científico e correto, lutando contra comportamentos, atitudes e práticas que inviabilizam o exercício da cidadania plena de gays, lésbicas, travestis e transexuais no Brasil. A associação também trabalha na prevenção do HIV e AIDS junto à comunidade e outros grupos vulneráveis à epidemia.

Instituto Transviver

De Recife, o Instituto Transviver tem como missão acolher a população LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade social, criando condições de empoderamento e de protagonismo para o exercício da cidadania plena. O instituto foi fundado, em 2018, com o objetivo de promover ações de direitos humanos e de defesa da população LGBTQIA+ pernambucana.

Dentre as atividades oferecidas pelo Instituto Transviver estão: curso preparatório para supletivo; curso de inglês e encaminhamentos para serviços de saúde e de retificação de registro de nascimento, junto com a Defensoria Pública e demais apoios psicossociais.

O Instituto Transviver fundou o primeiro time de futsal formado exclusivamente por homens transexuais no Norte-Nordeste e o segundo no Brasil, o Transviver Futebol Clube. O time nasceu da necessidade dos próprios frequentadores do instituto em conversas nos encontros ou nas redes sociais. 

Eternamente SOU

Fundada em 2017 na cidade de São Paulo, a Eternamente SOU tem como objetivo atuar em prol das pessoas idosas LGBTQIA+ 60+, através da implantação de serviços e projetos voltados ao atendimento psicossocial à esta população. 

A Eternamente SOU tem como missão lutar em prol de um envelhecimento ativo, digno e acolhedor para as minorias LGBTQIA+ 60+, valorização dos direitos e memórias adquiridas com o passar dos anos.

A ONG tem atuação em São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina e desenvolve um trabalho integrado e multidisciplinar com um grupo de voluntários de modo a favorecer a inclusão social, protagonismo, proporcionando uma velhice digna e ativa, além da garantia de direitos humanos e promoção da cidadania LGBTQIA+. 

Casa Transformar

A Casa Transformar é um espaço que acolhe LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade econômica e exclusão familiar em Fortaleza. O objetivo da Casa é ir para além de apenas abrigar, mas de ajudar na construção de um futuro melhor para a comunidade LGBTQIA+. 

Fundada pelo casal Nicole, conhecida como Nik Hot, e seu companheiro, Davy Lima, a Casa Transformar começou com o casal recebendo amigos trans que foram expulsos de suas casas. Atualmente mantida exclusivamente por doações e eventos beneficentes, a Casa oferece acolhimento, ajuda psicológica profissional e também cursos profissionalizantes.