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Chamada busca soluções inovadoras para desafios de negócios comunitários da bioeconomia da Amazônia

O Biorama está com inscrições abertas até o dia 15/06, e é destinado a startups ou pequenas empresas inovadoras, instituições de ciência e tecnologia, universidades ou centros de pesquisa e organizações desenvolvedoras de tecnologias sociais.

*Foto de capa: Site/Conexus

Está aberta a chamada para participar do Biorama – Evolução da Bioeconomia na Amazônia Pela Raiz, iniciativa que irá selecionar 5 soluções inovadoras para serem aplicadas em cadeias produtivas para gerar impacto positivo direto em negócios comunitários da sociobioeconomia da Amazônia, tais como associações, cooperativas extrativistas e outras iniciativas locais voltadas à produção sustentável. Esta primeira chamada tem foco em três cadeias prioritárias: açaí, cacau e oleaginosas. As propostas de soluções poderão estar em diferentes níveis de maturidade, desde ideias iniciais até tecnologias prontas para adaptação e customização.

O Biorama é idealizado e executado em parceria entre a Fundação CERTI e a Conexsus, com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e apoio financeiro da União Europeia por meio do Programa Euroclima, com implementação da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH. A iniciativa foi desenhada para solucionar demandas organizacionais e/ou produtivas dos negócios comunitários que podem ser resolvidas através de soluções tecnológicas e científicas desenvolvidas por agentes de inovação, conectando dessa forma, o Ecossistema de Inovação com o Ecossistema de Negócios Comunitários.

Ao participar da chamada, os proponentes terão acesso a um “laboratório vivo”, ou seja, uma experiência prática de interação direta com negócios comunitários da Amazônia. Isso inclui imersões presenciais nos territórios, com visitas e atividades de campo realizadas diretamente junto aos negócios comunitários participantes, além de capacitações online em metodologias centradas nas usuárias, sessões de mentoria especializada e apoio no desenvolvimento ou adaptação das soluções propostas.

Podem participar startups ou pequenas empresas inovadoras, instituições de ciência e tecnologia, universidades ou centros de pesquisa e organizações desenvolvedoras de tecnologias sociais que possuam propostas relevantes aos desafios apresentados pela Iniciativa para essas cadeias produtivas.

A Iniciativa Biorama valoriza a diversidade e reconhece a importância de ampliar a representatividade no ecossistema de inovação. Por isso, encorajamos a participação de organizações lideradas por mulheres, pessoas negras, indígenas, quilombolas, populações tradicionais e outros grupos historicamente marginalizados, cuja atuação seja conectada aos territórios da Amazônia Legal.

Cada proposta selecionada terá as despesas de viagem, hospedagem e alimentação cobertas para a participação nas imersões presenciais e receberá uma ajuda de custo no valor de R$5 mil destinada a viabilizar a participação nas atividades com os negócios comunitários. Ao final do ciclo os protótipos serão apresentados para potenciais financiadores interessados em potencializar o alcance de soluções relevantes para a bioeconomia no território da Amazônia Legal. Esta é uma oportunidade concreta de gerar inovação com propósito, contribuindo de forma relevante para a evolução da bioeconomia no contexto da Amazônia pela raiz.

Alvos de inovação: iniciativa visa resolver gargalos em três cadeias produtivas

Entrevistas realizadas com os negócios comunitários participantes ajudaram a identificar desafios nas três cadeias produtivas que precisam de soluções inovadoras. Esses desafios são definidos como alvos de inovação e deverão ser o foco das soluções propostas pelas organizações, pessoas e agentes de inovação selecionados.

Entre os alvos para inovação estão soluções para o processo de secagem das amêndoas de cacau, que atualmente é prejudicado pela alta umidade da Amazônia, que favorece o surgimento de fungos e deteriora a qualidade sensorial do produto. Ainda na cadeia do cacau, são esperados sistemas para rastreabilidade, permitindo o controle eficaz desde a colheita até a comercialização, garantindo maior sustentabilidade e valorização no mercado.

Para a cadeia das oleaginosas, a exemplo do murumuru e andiroba, os desafios incluem a implementação de tecnologias acessíveis e adaptadas às condições amazônicas para melhorar a rastreabilidade das sementes coletadas, facilitando o acompanhamento da origem e das condições produtivas e aumentando o acesso a mercados exigentes. Além disso, busca-se soluções adaptadas e de baixo custo para beneficiamento e controle de qualidade dos óleos nas comunidades, visando padronizar e ampliar a aceitação desses produtos no mercado.

Por fim, na cadeia do açaí, busca-se tecnologias de manejo, armazenamento, transporte e segurança e eficiência da colheita. Isso inclui inovações capazes de prever com maior precisão o volume produtivo, avaliar a qualidade dos frutos e otimizar a gestão da produção, especialmente diante dos impactos das mudanças climáticas nos ciclos produtivos. Também são necessárias soluções logísticas inovadoras e equipamentos eficientes para reduzir as perdas decorrentes da rápida deterioração do fruto. Outro aspecto crítico é a melhoria da segurança e eficiência durante a colheita, com tecnologias que eliminem os riscos associados aos métodos tradicionais de escalada manual e reduzam perdas no processo produtivo.

As inscrições podem ser feitas até o dia 15/06, pelo site da iniciativa.

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