Impacta Nordeste

Cinco pontos que você precisa saber sobre economia circular e coleta seletiva em ano de COP 30

Saville Alves, líder de impacto da SOLOS, destaca a importância de algumas ações para engajamento da população no contexto da agenda climática global.

À medida que o Brasil se prepara para receber a COP 30 em 2025, discutir soluções práticas para a sustentabilidade se torna ainda mais urgente. A economia circular e a coleta seletiva ganham destaque como estratégias que unem benefícios ambientais, sociais e econômicos. Impulsionada pelo lema “Sonhar, criar e fazer acontecer”, a SOLOS – startup nordestina de impacto socioambiental – se destaca por criar soluções inovadoras em economia circular.

Com vasta experiência na gestão de resíduos em grandes eventos, como Carnaval, Réveillon e São João, a SOLOS implementa operações de logística reversa que aliam infraestrutura eficiente, valorização do trabalho dos catadores e alinhamento com cooperativas locais. A startup também implementa sistemas inteligentes de coleta, com programas de coleta seletiva porta a porta, gestão de ecopontos e iniciativas de troca de resíduos por benefícios. Entre os destaques está o RODA – a reciclagem na sua porta, projeto que utiliza veículos elétricos em parceria com cooperativas de catadores, unindo inclusão social e redução de emissões. Sua atuação ainda oferece conteúdos e experiências de educação ambiental, como palestras, oficinas, mutirões e ativações de sustentabilidade, que incentivam a conscientização e novos hábitos de descarte correto.

O cenário brasileiro mostra a relevância do debate. Hoje, o país gera cerca de 81 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos por ano, mas recicla apenas 8% deste volume, de acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos de 2024. Embora 75% da população declare separar o lixo em casa, grande parte desse material ainda não chega efetivamente ao processo de reciclagem — reflexo da falta de infraestrutura e da desigualdade no acesso à coleta seletiva. Segundo pesquisa divulgada pelo IBGE, em 2024.

Para ajudar a entender o tema, elenco cinco resultados que o investimento de economia circular gera para as pessoas, os negócios e o planeta.

Menos poluição, mais impacto positivo
A destinação correta de recicláveis não apenas reduz a contaminação do solo, da água e do ar, mas também transforma materiais que seriam descartados em recursos valiosos para a indústria, diminuindo a extração de matéria-prima virgem e necessidade de devastação de áreas de floresta. O Brasil foi em 2025 o único país do mundo a ter como principal fonte de emissões de CO2 o desmatamento. A reciclagem dos materiais é uma maneira importante de combater o aquecimento global, tema central da agenda climática da COP 30. No Brasil, ampliar esse impacto é urgente, já que a taxa de reciclagem segue muito abaixo do potencial.

Participação da população a partir da tecnologia
Quando a coleta seletiva é prática e acessível, a participação da população cresce. Iniciativas como coleta porta a porta, agendamento online e pontos de entrega estratégicos aumentam a quantidade e a qualidade dos materiais recicláveis, fortalecendo o ciclo e garantindo o acesso e a participação ativa do cidadão.

Inclusão social e produtiva dos catadores
A maior parte dos resíduos reciclados no Brasil vêm a partir da coleta dos catadores. Ao garantir remuneração justa e condições adequadas para eles, fortalecemos toda a cadeia de reciclagem, tornando a coleta seletiva mais eficiente, segura e qualificada.

Retorno ambiental e econômico
Além dos benefícios ambientais, a coleta seletiva movimenta a economia: gera empregos, reduz custos de gestão de resíduos para as cidades e oferece matéria-prima para a indústria, criando um ciclo sustentável para o lixo que é responsabilidade de todos e de cada um. Um estudo do Ministério do Meio Ambiente (MMA), divulgado este ano (2025), projeta que a economia circular pode criar até 7 milhões de empregos no Brasil até 2030, mostrando que sustentabilidade é também motor de desenvolvimento.

Infraestrutura inovadora: Coleta seletiva como porta de entrada para a economia circular
Muito mais do que engajar o cidadão, é preciso de programas que ofereçam infraestrutura como sistemas de coleta porta a porta, pontos de entrega voluntária, ecopontos e coletores estrategicamente posicionados. Dessa forma, é possível dar acesso democrático e com escala para o cidadão fazer o descarte correto.

Este ano, com a COP 30 sendo realizada no Brasil, a atenção global se volta para o que o nosso país tem feito para promover ações concretas de combate às mudanças climáticas, em especial a partir da redução significativa do desmatamento e da poluição. Impulsionar a coleta seletiva e a economia circular demonstra a preocupação do país com as consequência imediatas e futuras e reestabelece de maneira mais próxima com cada cidadão o senso de pertencimento a algo maior: o planeta.

“Eu sonho, eu crio, eu faço acontecer”, este é o mantra de Saville Alves, cofundadora da SOLOS, startup de impacto que transforma a economia circular em presença na vida das pessoas, dos territórios e de marcas. Formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em comunicação social, sua militância iniciou a partir das experiências na universidade pública, quando atuou como uma das principais lideranças em movimentos de jovens empreendedores. Essas vivências levaram Saville a atuar no mercado em empresas como Braskem S.A. e Oi S.A, e no terceiro setor nas ONGs TETO e ARCAH. Essa pluralidade de percepções gerou um olhar que busca harmonia e levou Saville a ser eleita pela Forbes uma das 20 mulheres mais inovadoras das Ag Techs. LinkedIn | Email

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