Diversidade

Estudantes do IF da comunidade de Viana – Maranhão participam de imersão sobre empreendedorismo social

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Em setembro deste ano, a Su Causa Mi Causa, em parceria com a NouHau, startup especializada em desenvolvimento de competência socioemocionais, promoveu a Jornada de Impacto durante a II Semana de Administração, evento realizado no Instituto Federal localizado na região de Viana, Maranhão. 

Durante três dias, os estudantes aprenderam sobre negócios sociais, além de refletirem sobre suas próprias habilidades e competências necessárias para criar seus próprios negócios de impacto, ou seja, o objetivo era trazê-los para a posição de “protagonista” das ações desenvolvidas, e não apenas beneficiários.

Além disso, a Jornada de Impacto trouxe aos alunos reflexões sobre liderança, cooperação e comunicação ativa, conceitos fundamentais para contribuir com o melhor desenvolvimento das ideias trazidas por cada um, baseado no contexto da região onde vivem. 

De acordo com Monique Moraes, fundadora do Su Causa Mi Causa, investir em pessoas que tem o conhecimento empírico é uma excelente prática no empreendedorismo social, pois são elas que vão conseguir descrever com maior riqueza de detalhes a realidade vivida no espaço que será beneficiado.

Empreendedorismo social na prática

O município de Viana, localizado na Baixada Maranhense, é composto por rios e lagos que favorecem a agricultura familiar, extrativismo vegetal e pesca, principais atividades econômicas da região. 

Apesar do enorme potencial econômico, segundo dados do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), o município sofre com graves problemas relacionados à políticas públicas, como dificuldades no acesso à educação, moradia e emprego.

Baseado nisso, durante a Jornada de Impacto, alguns alunos apontaram o desmatamento de mangueiras da zona rural para fabricação e venda de carvão. De acordo com os estudantes, o corte e venda das árvores para uma fábrica localizada próxima a comunidade foi a “alternativa” que famílias em situação de vulnerabilidade econômica encontraram para conseguir sua própria fonte de renda. 

A solução criada pelos estudantes foi a criação de uma cooperativa composta pelos agricultores: as mangas colhidas por eles seriam utilizadas na fabricação de polpas e depois vendidas no comércio da região. A iniciativa também ajudaria a preservar a vegetação.

De forma resumida, a ideia seria criar um serviço onde há o produtor (cooperativa) e o atravessador, no caso, a empresa criada pelos alunos. A empresa teria um modelo de comércio justo baseado nas condições da região e de seus moradores, logo, os produtos seriam vendidos de forma direta para o público-alvo, movimentando assim a economia local.

A ideia de cooperativa se encaixa no que chamamos de negócio de impacto, portanto, os lucros obtidos seriam dividido entre os administradores do negócio e a própria cooperativa.

“Costumo ser a pessoa que é entusiasta dos projetos/programa com foco no desenvolvimento do conhecimento e na criação de oportunidades para o público-alvo da solução, porque vejo este tipo de investimento como algo com impacto positivo de longo prazo.”, reflete Monique. 

Para ela, quando as empresas passam a investir no público local, as soluções de impacto surgem de maneira mais rápida, pois a comunidade ganha maior senso de responsabilidade e autonomia para participar ativamente da criação de novos negócios de impacto que possam atender positivamente as expectativas dos moradores.

Conheça o Su Causa Mi Causa

O Su Causa, Mi Causa foi criado pela maranhense Monique Moraes. Formada em Administração de Empresas, o projeto teve início em 2017 e foi definido como uma jornada de conhecimento e troca de histórias e experiências sobre empreendedorismo social. 

Segundo Monique, o objetivo do projeto é que as ideias e causas defendidas por estas empresas, bem como a avaliação do impacto positivo deixado na região beneficiária após estas iniciativas, façam com que outras empresas entendam o empreendedorismo social como poderosa ferramenta de transformação de vida de pessoas, que por algum motivo não tiveram acesso a boas oportunidades.