Ícone do site Impacta Nordeste

MinC realiza Seminário Internacional sobre Cultura e Mudança do Clima com ativistas mundiais em Salvador (BA)

Evento paralelo ao GT Cultura do G20, conta com Kumi Naidoo, Alison Tickell e Tomás Saraceno na programação.

O Ministério da Cultura (MinC) realiza, entre os dias 4 e 5 de novembro, o Seminário Internacional sobre Cultura e Mudança do Clima, no Centro de Convenções Salvador (BA) e uma série de oficinas sobre o tema nos dias 6 e 7. A abertura contará com a presença das ministras da Cultura, Margareth Menezes, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva e dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara. A coordenadora de cultura da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Isabel de Paula e o diretor da Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI), Rodrigo Rossi também estarão presentes. O evento, paralelo à reunião do Grupo de Trabalho de Cultura do G20, tem como objetivo principal debater o papel vital do setor cultural para o enfrentamento das alterações no clima, reunindo experiências nacionais e internacionais de ações climáticas baseadas na cultura.

Para a ministra da Cultura, Margareth Menezes, é fundamental falar cada vez mais sobre o assunto, para pensar em inovações nas políticas públicas, já que as mudanças climáticas têm afetado cada vez mais pessoas, comunidades e culturas. “A compreensão da relação entre cultura, meio ambiente e inclusão social tornou-se mais entrelaçada nas últimas décadas. O vínculo entre cultura e meio ambiente está assumindo uma importância crescente nas discussões multilaterais sobre desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas e justiça ambiental. Isso destaca a importância de proteger e integrar a diversidade cultural, os conhecimentos indígenas e as práticas culturais locais e tradicionais em ações climáticas eficientes”, afirma.

Lideranças sociais, pesquisadores, representantes governamentais e de organismos multilaterais, artistas e ativistas de diversos países como África do Sul, Argentina, Itália, Espanha, Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido, Tailândia e Emirados Árabes estão confirmados. Figuras reconhecidas internacionalmente pela atuação na pauta das mudanças climáticas estão na programação. O ativista político sul-africano Kumi Naidoo participará do painel “Crise climática, uma crise de imaginação”, na segunda-feira (4), a partir das 10h30. Naidoo tem trabalhos transversais com direitos humanos, questões ambientais e justiça social. É presidente fundador do Africans Rising, um movimento panafricano de pessoas e organizações que defendem a paz, justiça e dignidade.

Junto à Naidoo estará Alison Tickell, pioneira em ações para fortalecer o movimento climático criativo. Ela apoia a Climate Heritage Network e a Global Call for Culture, o Conselho das Indústrias Criativas do Reino Unido e muitos outros parceiros. É fundadora do Julies Bicycle, instituição sem fins lucrativos, líder na mobilização das artes e a cultura para agir sobre a crise climática. O artista e arquiteto argentino, Tomás Saraceno, também falará no painel de suas perspectivas sobre a convergência de arte, ciência e tecnologia.

De olho nos próximos cenários, no painel sobre “Mudança do clima: futuros possíveis para o patrimônio e a cultura”, a chefe executiva do setor de cultura da Unesco, Dorine Dubois, falará junto à Ana Mumbuca, quilombola tocantinense, mestre em desenvolvimento sustentável pela Universidade de Brasília. O encontro acontece na terça-feira (5), a partir das 18h.

A criação de setores culturais ambientalmente responsáveis em relação às emissões de carbono, justiça climática para artes e cultura, o poder das artes e da cultura para mobilização social pró-clima são alguns dos outros temas a serem refletidos no Seminário.

“Precisamos romper as barreiras dos fóruns e das revistas científicas. Precisamos conquistar mentes e corações. Sem a cultura, o conhecimento não se alastra. Sem a cultura, o conhecimento não se torna parte da vida das pessoas. Por isso, esse desafio que propomos neste Seminário. Que aqui seja uma semente para um movimento que traga as instituições e os agentes culturais para o debate e a ação climática. Porque precisamos de mais do que conhecimento sobre a mudança do clima. Precisamos mudar a nós mesmos. Precisamos mudar a nossa cultura. Precisamos de uma cultura de mudança”, acredita a ministra.

O Seminário Internacional sobre Cultura e Mudança do Clima é uma realização do Ministério da Cultura em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Organização de Estados Ibero- Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI), com apoio do Governo da Bahia, da prefeitura de Salvador, do BYD, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e patrocínio do Youtube.

As inscrições podem ser feitas clicando aqui. (*Atualização: as inscrições estão esgotadas)

Oficinas

Nos dias 6 e 7 de novembro serão realizadas oficinas práticas voltadas à temática. Ao todo, seis atividades abordarão temas como estratégias para redução de carbono por instituições culturais, comunicação popular e justiça climática, planos de conservação, resiliência e estratégias de adaptação no patrimônio cultural e lançamento da pesquisa Cultura e Clima.

O objetivo é ir além dos debates e oferecer aos profissionais da cultura oportunidades de aprendizado prático, com foco em soluções e ferramentas para implementar mudanças essenciais no setor e como a cultura pode contribuir para o debate amplo sobre mudança climática. As oficinas buscarão capacitar as instituições culturais a reduzir sua pegada de carbono e contribuir ativamente para o debate sobre as mudanças necessárias para alcançarmos a meta de limitar o aquecimento em 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Essa etapa da programação será realizada no Museu de Arte da Bahia (MAB).

As inscrições para as oficinas foram abertas na segunda-feira (28) e podem ser feitas através do formulário clicando aqui.

Sair da versão mobile