Negócios de impacto

SITAWI lança nova Rodada de Empréstimo Coletivo para Negócios da Amazônia

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A partir desta terça-feira (19), investidores de todo o Brasil poderão direcionar recursos para a COOPAVAM e a COFRUTA, negócios de impacto socioambiental positivo na Amazônia. Os investimentos têm rentabilidade prevista de 9% ao ano e repagamento em 36 meses

*Foto: Visita de indígenas das etnias Apiaká, Caiaby e Munduruku na fabrica da Coopavam (fonte: Coopavam)

A Plataforma de Empréstimo Coletivo da SITAWI Finanças do Bem lança, nesta terça-feira (19), a 7ª Rodada de Empréstimo Coletivo. Com opções de investimentos em duas cooperativas que possuem como missão o incentivo preservação da biodiversidade da Amazônia, o desenvolvimento sustentável na região e o empoderamento de povos locais. A meta da rodada é captar um total de R$1,4 milhão, sendo R$ 1 milhão para a Cooperativa dos Agricultores do Vale Amanhecer (COOPAVAM) e R$ 400 mil para a COFRUTA. Há oportunidades de investimento com rentabilidade prevista de 9% ao ano, e repagamento em 36 meses, com o pagamento de parcelas mensais referentes ao principal mais os juros após um período inicial de 3 meses de carência. Para participar da Rodada da Amazônia, basta se cadastrar no site da Plataforma.

Pioneira no desenvolvimento de soluções financeiras para impacto, a SITAWI já mobilizou mais de R$ 200 milhões para impacto socioambiental, sendo o investidor de impacto mais ativo do Brasil. A SITAWI lançou em 2019 a Plataforma de Empréstimo Coletivo para conectar investidores e empreendedores de impacto socioambiental. Em seis Rodadas de Negócios realizadas desde então, com 21 negócios de impacto apoiados, a Plataforma mobilizou mais de R$10 milhões por meio de 584 investidores.

“A gente não quer só emprestar, queremos ajudar os empreendedores a ter uma atuação mais consistente, cada vez com mais impacto socioambiental positivo e desenvolvimento territorial na Amazônia”, diz o CEO da SITAWI Finanças do Bem, Leonardo Letelier.

A Plataforma de Empréstimo Coletivo é realizada pela SITAWI Finanças do Bem e tem como parceiro estratégico o Instituto Sabin. A Rodada Amazônia é uma iniciativa da Plataforma Parceiros Pela Amazônia (PPA) e tem como parceiros e financiadores a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e o Instituto Humanize. A Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), Agência Alemã de Cooperação Internacional, do governo alemão, é o apoio institucional, por meio do Projeto Finanças Brasileiras Sustentáveis (FiBraS), iniciativa implementada pela
Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH com apoio do Ministério da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ) da Alemanha.

Sobre as organizações da Rodada Amazônia

Cooperativa dos Agricultores do Vale Amanhecer (COOPAVAM)

A Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer (COOPAVAM) é uma cooperativa que faz o extrativismo, beneficiamento e comercialização da castanha do Brasil. Sua atuação abrange o noroeste do Mato Grosso e sua agroindústria própria está localizada no núcleo de Assentamento Vale do Amanhecer, em Juruena (MT).

A região noroeste do Mato Grosso, é uma região amazônica que registra altos índices de desmatamento. Apesar disso, essa região tem grande área remanescente de floresta amazônica, com mais de 4 milhões de hectares conservados. A extração sustentável é fundamental para a preservação da floresta.

Fundada em 2008, a cooperativa nasceu a partir do interesse de agricultores familiares em comercializar produtos florestais não madeireiros. Atualmente, a COOPAVAM processa e comercializa produtos com certificação orgânica (Ecocert¹) derivados da castanha, 100% naturais e nativos, como as castanhas in natura e secas, farinha e óleo de
castanha.

A organização conta com 68 cooperados e para compra da matéria-prima, a cooperativa possui uma parceria com povos indígenas que realizam o extrativismo sustentável da castanha. A parceria tem como base o comércio justo (a certificação Fairtrade está em andamento) e hoje são mais de 400 extrativistas divididos em 6 etnias. Além disso, a atividade da cooperativa contribui para a preservação de 1,5 milhões de hectares de terras indígenas e 7,2 mil hectares de Reserva Legal Comunitária do Assentamento Vale do Amanhecer.

Com os povos indígenas, possui uma parceria formal, no qual, anualmente, são elaborados contratos definindo o preço, como base o comércio justo, e o volume de compra da castanha. O preço pago na safra de 2020 foi R$6,00/kg versus R$2,50 pago por atravessadores (comerciantes locais). No total, foram mais de R$10 milhões de renda gerada diretamente aos povos indígenas com a compra da castanha desde 2008.

Em 2020, a cooperativa expandiu seu portfólio e fez sua primeira venda no mercado internacional, com dois contêineres de castanha para a empresa Gebana, na Suíça, por meio do parceiro P4F. A cooperativa busca agora certificação internacional Fairtrade.

Atualmente a cooperativa possui 25 clientes, sendo que os quatro principais: Gebana, Natura, Carrefour e Jasmine representam 92% da receita. O valor pleiteado pela cooperativa é de R$ 1 milhão que serão usados para capital de giro, para aumento da compra de castanha. O recurso disponível no início da safra é fundamental para garantir a produção e o crescimento da organização anualmente. Quanto maior for a compra, maior será seu estoque de matéria-prima e consequentemente maior a produção, o que reduz/elimina as “janelas de produção” por falta de castanha.

COFRUTA

A Cooperativa dos Fruticultores de Abaetetuba (COFRUTA) é uma cooperativa agroindustrial, que comercializa produtos da região amazônica. Criada na década de 70 e estruturada como cooperativa em 2002, a COFRUTA tem foco no desenvolvimento da agricultura familiar e da economia solidária da região de Abaetetuba, no Território da Cidadania do Baixo Tocantins (PA). Os agricultores se uniram no intuito de terem mais força nas negociações de seus produtos e fortalecer a economia local, com comércio, remuneração justos, e valorização dos produtos locais.

São 86 cooperados no total, sendo a maioria pequenos agricultores, e 130 famílias agregadas da região. Para o cooperado, a COFRUTA oferece renda digna e comercialização justa de seus produtos. Com a cooperativa, essas famílias passaram a ter renda média mensal entre um e dois salários mínimos, nos períodos de entressafra, e três a quatro salários mínimos no período de safra do açaí, que é o carro-chefe da cooperativa.

A COFRUTA tem como clientes os mercados institucionais, via PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar); empresas de cosméticos (especialmente, a Natura) e varejos tradicionais. A COFRUTA oferece para seus clientes uma variedade de produtos da sociobiodiversidade, cultivados em sistemas agroflorestais, e em breve terão certificação orgânica.

Atualmente, a cooperativa possui um mix de aproximadamente 40 produtos, divididos em oito segmentos – in natura, polpa, geleia, suco, xarope, doce, óleo e sementes. Todo o processamento e beneficiamento é feito na agroindústria que a cooperativa possui em Abaetetuba. O açaí é o produto de destaque, tanto no segmento in natura quanto no de
polpa e geleia, correspondendo a cerca de 20% da comercialização total da cooperativa.

O valor pleiteado pela cooperativa é de R$ 400 mil e os recursos serão utilizados no beneficiamento de matéria-prima para formação de estoque, o que diminuirá o tempo entre o fechamento dos contratos e o recebimento do pagamento. Hoje, a cooperativa compra matéria-prima e faz o processamento dos produtos somente mediante assinatura dos contratos.

Como investir

Para participar, é necessário realizar um cadastro e depois escolher o(s) negócio(s) apoiado(s) em que vai investir. A pessoa faz a reserva de investimento e, para confirmar, deve realizar uma TED ou gerar um boleto para pagamento referente ao investimento.

Após a conclusão da captação, são emitidos os contratos de empréstimo entre as partes e o investidor recebe o título intitulado de 3CB (Certificado de Cédula de Crédito Bancário ), que comprovam o investimento. Após um período inicial de 3 meses de carência, os investidores recebem o valor do investimento durante 33 meses, com o pagamento de parcelas mensais referentes ao principal mais os juros.

Toda a operação é realizada em parceria com a MOVA, a primeira fintech de Peer-to-Peer Lending aprovada e supervisionada pelo Banco Central na forma de Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP). A SEP cria uma ponte direta entre investidores e quem busca financiamento, eliminando a necessidade de um banco e cortando custos. Ao longo do contrato, os investidores recebem informações atualizadas, como o monitoramento e um relatório do impacto socioambiental dos negócios investidos, suas finanças e negócios.

Sobre a SITAWI

A SITAWI Finanças do Bem é uma organização sem fins lucrativos fundada em 2008 com a missão de mobilizar capital para impacto socioambiental positivo. Pioneira no desenvolvimento de soluções financeiras para impacto, já mobilizou mais de R$200 milhões para impacto socioambiental, sendo o investidor de impacto mais ativo do Brasil, com 66 transações e mais de 35 negócios apoiados.