ESG

Durante pandemia, solidariedade é maior nas favelas, aponta pesquisa

2 mins de leitura

Por Impacta Nordeste
Com informações de Agência Brasil


A pandemia do coronavírus fortaleceu o sentimento de solidariedade entre os brasileiros. Entre os moradores de favelas e comunidades, a solidariedade é ainda maior. É o que aponta a pesquisa “Pandemia na Favela – A realidade de 14 milhões de favelados no combate ao novo coronavírus “.

A pesquisa inédita realizada pelo Data Favela em parceria com o Instituto Locomotiva, Central Única das Favelas (CUFA) e Favela Holding, apontou que 49% dos brasileiros fizeram algum tipo de doação, enquanto 63% dos moradores de favelas afirmam ter participado de ações de solidariedade durante a pandemia. Para Celso Athayde, diretor executivo da Favela Holding e fundador da Cufa, a solidariedade já é muito forte entre os moradores das comunidades.

Para ele, quem mora em favela depende muito dos seus vizinhos, como por exemplo, se oferecer para cuidar dos filhos de outras pessoas para que os pais possam sair para trabalhar. “Esse tipo de coisa não acontece geralmente em outros territórios. A favela acabou desenvolvendo uma solidariedade muito grande, que não se encontra em nenhum território.”.

De acordo com Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, o estudo mostra que o vírus não é democrático. “Ele pode até atingir pobres e ricos, mas, na prática, os anticorpos sociais fazem com que o vírus afete mais os moradores das favelas que têm condição pior de resistir do que os moradores de asfalto.”.

A pesquisa ouviu 3.321 moradores de 239 favelas de todo o país entre os dias 19 e 22 de junho. Confira abaixo os principais resultados do estudo sobre os efeitos da pandemia nas favelas:

  • Metade dos entrevistados disse viver com alguém do grupo de risco do covid-19; 32% vivem com pessoas +60
  • 52% dos moradores acha que a pandemia ainda está no meio de sua evolução
  • 89% disseram que a sua maior preocupação é com a saúde de parentes mais velhos; 88% afirmam ter meio de perder o emprego ou a renda
  • 49% afirmam que procuram seguir as medidas de prevenção contra o novo coronavírus
  • 46% dos lares das favelas não tem água potável
  • 87% disseram que o fato de os filhos não estarem indo à escola, os gastos mensais aumentaram 
  • 84% das mães das favelas acham que os filhos não estão estudando em casa como deveriam
  • A preocupação com a renda familiar passou de 75% (março) para 89% em junho
  • 76% dos entrevistados disseram que pelo menos um dia faltou dinheiro para comprar comida durante a pandemia
  • 89% receberam algum tipo de doação durante a crise, sendo 91% em alimentos, 79% em cesta básica, 55% em produtos de higiene e 53% em produtos de limpeza
  • 69% afirmam terem recebido doações de alguma ONG ou empresa
  • Quase 7 em cada 10 famílias recorreram ao auxílio emergencial do governo federal; 41% disseram ainda não ter recebido nenhuma parcela até o momento.
  • 96% das pessoas que receberam o auxílio emergencial afirmam ter utilizado o recurso para compra de alimentos; 68% destinaram o auxílio para o pagamento de contas básicas

A pesquisa também divulgou informações sobre as mães apoiadas pelo projeto Mães da Cufa. 91% das doações para o projeto foram feitas através de dinheiro ou tíquete, que foram destinados a compra de alimentos (96%), produtos de higiene (75%) e artigos de limpeza (69%). Segundo informações, 80% das famílias afirmaram que sem o apoio do projeto, 80% não poderiam pagar as contas básicas, enquanto 72% não poderiam comprar os produtos necessários para higiene e limpeza.

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