Opinião

Sustentabilidade empresarial como fator competitivo para o mercado

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A sustentabilidade ganhou força na década de 1980, em um encontro das Organizações das Nações Unidas (ONU) e trouxe uma reflexão e desconstrução para o mundo dos negócios: a equidade de três dimensões, social, econômico e ambiental, seria uma possível e inovadora solução às demandas da sociedade. Desta forma, fica mais claro o entendimento sobre o papel delas na competitividade dos seus negócios.

Partindo-se do conceito do Triple Bottom Line, de John Elkington, estas três dimensões precisam ser inseridas na estratégia das organizações.  Justamente porque outros três públicos: consumidores, colaboradores e investidores – que também são conhecidos por stakeholders – têm grande relacionamento com as empresas. Esses atores, por sua vez, pressionam as empresas, de forma que ofereçam respostas à sociedade relacionadas às suas demandas.

Os três públicos que me refiro acima, não são os únicos e exclusivos desta demanda. Há outros que também pressionam e que fazem as empresas repensarem o seu modo de fazer negócios. As empresas sustentáveis que, também, são as mais lucrativas, estão se reinventando com esse novo formato de se relacionar com estes públicos.

Cito alguns exemplos dos novos formatos de governança:

Os consumidores estão exigindo das empresas uma política de gestão diferenciada na sua diversidade de escolhas e de consumo, como, também, esperam um bom e efetivo canal de comunicação; uma legislação que oriente as boas práticas de sustentabilidade; uma diferente e assertiva abordagem da comunicação consciente de seus produtos e serviços; produtos ecologicamente corretos etc.

Com relação aos colaboradores, eles esperam das empresas outras posturas e atitudes, tais como: criação de uma causa para se inspirarem e se engajarem; cumprimento e respeito das leis trabalhistas; uma assertiva e criativa política de retenção de talentos; maior engajamento da empresa com a comunidade do entorno; valorização à diversidade no tratamento das pessoas em geral; equidade de gênero em todas as esferas e muito mais.

Por fim, os investidores, que exigem tanto quanto os outros públicos citados. Desta forma, friso: ações como o código de ética alinhado aos principais stakeholders, relatório de sustentabilidade que evidencia as práticas socioambientais com maior impacto positivo, compliance estruturado que cumpra as normas legais da empresa e muito mais.

Percebe-se, então, que, atuar com sustentabilidade empresarial é também poder atender aos princípios de uma boa governança entre os setores, dos quais destaco a transversalidade do tema, atuando em todas as áreas e em todos os graus hierárquicos, com indicadores de performance.

Outro motivo que considero relevante para a competitividade das organizações sustentáveis é o imperativo de se trabalhar a Agenda 2030, uma agenda pactuada por 193 países da ONU com 17 objetivos para o desenvolvimento sustentável. O planeta espera também das empresas uma resposta dos grandes impactos que muitas delas são responsáveis e, de alguma forma, podem comprometer a capacidade de atender as necessidades das gerações futuras.

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) devem ser priorizados por todas as empresas na busca por um mundo melhor e mais inclusivo.

Concluo este texto ratificando a necessidade das empresas em olhar de forma mais estratégica para todos os seus stakeholders, seja para atendê-los com mais posicionamento ou pelo fato de que clientes, colaboradores, investidores e outros públicos, satisfeitos e encantados dão retorno financeiro e contribuem para o aumento da reputação da sua organização.

Maiso Dias é Sócio-diretor da Dialogus Consultoria, Diretor de Sustentabilidade da ABRH-CE, Comentarista do O Povo CBN do Programa “Sustentabilidade empresarial” e Coordenador de Pós-graduação em sustentabilidade empresarial pela Unichristus-CE.