Por Impacta Nordeste
Estudo ouviu mais de 1.700 representantes de ONGs em todo o Brasil entre os dias 18 e 31 de maio de 2020.
Desde que a pandemia do novo coronavírus foi declarada, ONGs e OSCs de todo o país tem feito um papel importantíssimo de prevenção e suporte às famílias e comunidades afetadas. No entanto, com a alta demanda, grande parte dessas instituições está sofrendo com a diminuição dos recursos para manter as atividades.
Para entender mais os efeitos da pandemia no terceiro setor, um grupo de investidores sociais privados anunciaram em maio o estudo Impacto da COVID-19 nas OSCs brasileiras: da resposta imediata à resiliência, convidando organizações de todo o Brasil para participar e relatar suas experiências neste período.
Na última semana, o resultado parcial do estudo foi divulgado. Ao todo, 1.760 representantes de organizações de todas as regiões do país responderam a um formulário no período entre 18 e 31 de maio de 2020. O estudo combinou a metodologia quantitativa através de um questionário online enviado por email e divulgado nas redes sociais, com 15 entrevistas qualitativas para aprofundar a compreensão dos dados.
“A ideia do estudo surgiu porque começamos a perceber um cenário paradoxal: por um lado, as OSCs, estratégicas no combate aos problemas sociais e ambientais brasileiros, passaram a ser ainda mais relevantes para atenuar os efeitos da COVID-19 nas populações mais afetadas. Por outro lado, identificamos que a sustentabilidade das OSCs, já frágil em momentos normais, vai piorar com os efeitos da pandemia.”, comenta Rodrigo Alvarez, diretor da Mobiliza e um dos idealizadores e coordenadores da pesquisa.
O estudo foi coordenado pelas consultorias Mobiliza e Reos Partners e cofinanciado pela Fundação Tite Setubal, Fundação Laudes, Instituto ACP, Instituto Humanize, Instituto Ibirapitanga, Instituto Sabin e Ambev, e contou ainda com a parceria técnica da Move Social, Nossa Causa, Ponte a Ponte, Prosas e Rede de Filantropia para Justiça Social.
Confira abaixo alguns resultados parciais da pesquisa:
- 87% das OSCs ouvidas está atualmente oferecendo algum tipo de atendimento às populações afetadas pela COVID-19: 58% são ações relacionadas à distribuição de alimentos e produtos de higiene para públicos já atendidos por essas instituições. Já 59% acreditam que a demanda por seus serviços deve aumentar após o final da pandemia
- 73% das ONGs do Brasil temem diminuição dos recursos para este ano.
- 87% das ONGs ouvidas relataram que toda ou parte de suas atividades principais foram interrompidas ou suspensas por conta da crise.
- 73% das OSCs relatam que a crise enfraqueceu muito (36%) ou parcialmente (37%).
- Apesar da crise, 87% das organizações afirmam que pretendem continuar normalmente as atividades até o final do ano, com grandes (58%), pequenas (24%) ou sem significativa mudança (5%)
- Impactos negativos
- diminuição da captação de recursos (73%).
- distanciamento e dificuldade de comunicação com o público atendido (55%)
- diminuição de voluntários (44%)
- estresse e sobrecarga das equipes (40%)
- Impactos positivos
- adesão do uso de ferramentas digitais (53%)
- maior engajamento e envolvimento da equipe (40%)
Ainda de acordo com os dados levantados, 42% dos entrevistados acreditam que a cultura de doação deva crescer no país, sobretudo no campo da assistência social e saúde. Apenas 6% disseram que há a possibilidade de encerramento total das atividades até o final do ano, o que demonstra otimismo por parte das OSCs participantes.
Para conferir mais informações sobre o estudo, clique aqui e baixe o material completo.
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