Quando comecei este texto planejava escrever sobre outro assunto, mas preciso compartilhar com vocês algumas inquietações.
Em tempos de startups e negócios de impacto, parece que se esqueceram de quem há várias e várias décadas trabalha para impactar positivamente a nossa sociedade. Estou falando das Organizações da Sociedade Civil, ou como foram conhecidas por longos anos, as ONGs.
Foram as ONGs que trouxeram visibilidade e importância aos grandes problemas sociais e ambientais da nossa sociedade. Fizeram isso quando ainda não era algo cool.
Não vou aqui fazer um resgate histórico das ONGs no Brasil, é matéria para outro momento, mas gostaria que refletíssemos sobre as perguntas abaixo:
- Por que somente as ONGs precisam aprender com os modelos de negócios das startups sociais?
- Será que os modelos corporativos cabem para todas as ONGs, causas e iniciativas sociais?
- Será que os negócios de impacto são tão superiores ao ponto de quem não têm nada para aprender com as ONGs?
- Não há mais espaço para as iniciativas sem fins lucrativos?
- Só se mantém sustentável quem lucra?
- As ONGs precisam mesmo repensar seus “modelos de negócios”? Torna-se um negócio 2.5 é o único caminho viável?
- É o fim das ONGs?
Como podem ver, as inquietações são inúmeras. O que vocês pensam a respeito? Seria muito rico debater essas questões com vocês.
Daiany França é cearense, mulher negra, gestora de projetos sociais e empreendedora. É fundadora do Instituto Esporte Mais, gerente do projeto e rede Construindo o Futuro e mestranda do Programa de Pós-graduação em Mudança Social e Participação Política da USP.