Após dez anos na liderança, Instituto de Cidadania Empresarial (ICE) passa a gestão da iniciativa para a Din4mo Lab. Confira o comunicado da Aliança para o ecossistema.
*Com informações de ICE
A Aliança pelo Impacto é uma iniciativa que tem trabalhado ativamente para o avanço do ecossistema de investimentos e negócios de impacto no Brasil. O Instituto de Cidadania Empresarial (ICE) é a diretoria executiva desde o surgimento há dez anos da Aliança e, neste momento, inicia o processo de transição de sua posição para a Din4mo Lab.
Associação sem fins lucrativos criada com o objetivo de gerar bens públicos e soluções de bem comum, a Din4mo Lab promove iniciativas que fortaleçam o ecossistema de investimentos e negócios de impacto. Ela contará com a parceria técnica da ABC Associados, nas frentes de conhecimento e articulação em rede.
As duas organizações têm um reconhecido histórico de atuação tanto em prol da sustentabilidade empresarial e da responsabilidade social das empresas, quanto, mais especificamente, em prol do fortalecimento do campo dos investimentos e negócios de impacto. A união desses esforços nessa missão traz a oportunidade de ampliar essa contribuição e dar continuidade ao excelente trabalho realizado pelo ICE ao longo dos últimos 10 anos à frente dessa iniciativa.
Histórico
A trajetória da Aliança pelo Impacto teve início em 2013, e desde o seu lançamento conta com o ICE na sua liderança, compartilhada até 2017 com a Sitawi. Neste período, o programa cooperou com o Governo Federal na criação e implementação da Estratégia Nacional de Investimentos e Negócios de Impacto (ENIMPACTO) e nos lançamentos de dois ciclos de recomendações de prioridades e ações para o fortalecimento do ecossistema de investimentos e negócios de impacto no Brasil (2015-2020 e 2020-2025).
A presença do ICE foi fundamental para realizar articulações nacionais e internacionais. O Instituto ainda foi um dos principais financiadores da Aliança e mobilizou diversos parceiros como Itaú, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), British Council, Fundo Vale, Instituto Humanize, Cosan, Fundação Telefônica-Vivo, Instituto Península, Instituto Vedacit, Lew Lara e Deloitte.
O ICE também teve participação fundamental na definição da Aliança como representante brasileiro do Global Steering Group for Impact Investment, organização composta por 35 países.
Em dez anos de trabalho, tivemos o privilégio de observar e participar da evolução do ecossistema de investimentos e negócios de impacto. Ele cresceu em volume de recursos – saltando de R$ 350 milhões em 2013 para R$ 11,5 bilhões em 2020, segundo relatórios da Aspen Network of Development Entrepreneurs (ANDE) – e em quantidade e diversidade de atores, como fundos de investimento, aceleradoras, universidades e empreendedores.
A Transição
Influenciado por estudos da Aliança, que já indicavam a necessidade de mobilização de recursos para organizações dinamizadoras e urgência na atuação em ecossistemas locais, o ICE passa a liderar em 2021, a criação da Coalizão pelo Impacto.
Trata-se de um programa nacional, por mais e melhores negócios de impacto socioambiental, que reúne ICE, Instituto Helda Gerdau, Instituto humanize e Somos Um entre os realizadores, Cosan, Fundação Educar, Fundação FEAC, Fundação Grupo Boticário, Instituto Sabin e Raia Drogasil, na parceria estratégica. Sua atuação é focada em seis ecossistemas locais, presentes em Belém, Brasília, Campinas, Fortaleza, Paranaguá e Porto Alegre.
Como parte deste processo de reposicionamento estratégico, o conselho do ICE recomendou a passagem da diretoria executiva da Aliança pelo Impacto para outra organização. Compreendemos, diante deste novo cenário, que essa transição será uma oportunidade para gerar inovação e fortalecimento do ecossistema, dando continuidade ao legado de sucesso que marcou a trajetória da Aliança.
Neste momento, não poderíamos deixar de agradecer a todos que fizeram parte da história da Aliança pelo Impacto. Também queremos reafirmar nosso compromisso com o processo de transição junto à Din4mo Lab, que inclui a troca de experiências entre as equipes e co-financiamento nos dois primeiros anos. Além disso, queremos convidá-lo a conhecer a visão da Din4mo Lab para a nova fase da Aliança e que juntos continuemos a fortalecer o ecossistema dos investimentos e negócios de impacto.
Com a palavra, a nova Diretoria Executiva
Para a Din4mo, Impulsionar a Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto será a oportunidade de contribuir significativamente para o fortalecimento e construção de infraestrutura para o ecossistema. Nessa frente de atuação, a organização hoje também é responsável pelo programa Agente MUDA, que tem o objetivo de formar e criar uma comunidade de prática de lideranças sistêmicas que mudam as regras do jogo. Para isso, a Din4mo Lab trará todo conhecimento, experiência e relacionamento que o grupo Din4mo adquiriu ao longo da última década, em que apoiou 100 startups de impacto em seu programa de venture building e mobilizou mais de R$ 100 milhões para impacto positivo, especialmente via mecanismos financeiros inovadores, como blendend finance. Além de uma robusta capacidade de atuação direta no campo das finanças, em especial no que diz respeito à colaboração (ex: SOMA, Debênture Vivenda), influência em política pública (ex: ENIMPACTO e CVM Lab) e articulação internacional (ex: convergence finance).
A ABC Associados é uma empresa de consultoria que, por meio de seu sócio Aron Belinky, esteve presente como facilitando o processo de articulação que antecedeu a criação da Aliança (a Força Tarefa de Finanças Sociais, em 2013/2014). Mais recentemente, desde 2020, atuou também no âmbito da ENIMPACTO, apoiando a revisão do seu planejamento estratégico e atuando decisivamente na concepção e desenho do futuro Sistema Nacional de Negócios e Investimentos de Impacto (SIMPACTO), assim como na articulação do grupo de articulação pró-Simpacto (GAS).
A nova Diretoria Executiva trabalhará para dar continuidade e honrar o objetivo da Aliança pelo Impacto em ser a grande referência nacional para quem busca entender, conectar e colaborar com o ecossistema dos investimentos e negócios de impacto no Brasil e no mundo, monitorando e refletindo os avanços da agenda e influenciando políticas públicas.
Para esse fim, nesse momento inicial de transição, serão priorizadas as atividades de (i) monitoramento periódico, análise e divulgação dos avanços do ecossistema tendo como base as recomendações para 2025; (ii) representação do ecossistema brasileiro em esfera global; e (iii) advocacy com governos para mobilizar agendas e formadores de opinião que possam influenciar políticas públicas existentes.