Em um ambiente educacional impulsionado pela inovação, a empresa ‘Inspira, não pira’ se destaca ao desenvolver e facilitar metodologias criativas que não só estimulam o espírito empreendedor entre estudantes, professores e empresas, mas também geram um impacto social significativo. Com uma abordagem orientada pela criatividade, a empresa não apenas inspira, mas também capacita, promovendo assim uma transformação social através e para o empreendedorismo.
No Brasil, a pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor) realizada em 2022, apontou que 67% da população brasileira adulta está envolvida com o empreendedorismo de alguma forma. Cerca de 82% dos entrevistados revelaram que a principal motivação para abrir uma empresa seria a escassez de empregos, enquanto a segunda razão mais mencionada foi “fazer diferença no mundo”.
Diante do crescimento que o empreendedorismo tem experimentado nas últimas décadas, existe a necessidade de capacitação sobre o tema. A educação empreendedora é capaz de proporcionar ao empreendedor os conhecimentos fundamentais sobre como iniciar e gerenciar um negócio, permitindo que sua ideia ganhe vida e saia do papel de forma estruturada.
Além de questões pragmáticas ligadas ao aumento da competitividade e escassez de empregos que contribuem para o crescimento do empreendedorismo, há outro fator que destaca a educação para esse tema como um processo crucial para o presente e para o futuro próximo. Num ambiente em constante mutação, onde desafios complexos surgem a cada instante, estar atento e apto para identificar problemas e suas soluções se torna um diferencial crucial para quem almeja ter sucesso ao empreender. A criatividade e a inovação estarão cada vez mais entrelaçadas na concepção de novos negócios, e antever os desafios será possível por meio de uma educação empreendedora que, desde o ambiente escolar até a fase adulta, seja capaz de estimular habilidades e fornecer ferramentas.
Talvez seja comum pensarmos em inovação sob um viés tecnológico, contudo, uma educação inovadora envolve não só o uso de novas tecnologias, mas de abordagens criativas – metodologias de ensino dinâmicas e conteúdos relevantes e atualizados. Além disso, desenvolver soft skills como adaptação e flexibilidade, é essencial para incentivar os alunos a lidar com a incerteza e a mudança constante tão comuns nos dias atuais.
A educação empreendedora é um campo que se concentra em desenvolver habilidades e competências essenciais para que seja possível empreender com sucesso. Ela contempla desde a criação e gestão de negócios até o desenvolvimento de aptidões como liderança, pensamento crítico, criatividade, resiliência e resolução de problemas.
No âmbito da educação formal, a Educação Empreendedora é uma ferramenta para os educadores despertarem e motivarem os alunos na direção da inovação e criatividade, formando cidadãos críticos e autônomos, capazes de causar grandes mudanças ao seu redor.
Aproximar o empreendedorismo do contexto escolar vai muito além de motivar o aluno a pensar em abrir um negócio, como bem pode permear nosso senso comum sobre o assunto. Uma educação empreendedora envolve desenvolver o potencial das pessoas para colocarem em prática ideias revolucionárias e se tornarem protagonistas da transformação do mundo.
Educação, empreendedorismo e desenvolvimento
O empreendedorismo desempenha um papel crucial no desenvolvimento, inclusive podendo contribuir diretamente na implementação da Agenda 2030 da ONU, que é composta pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os empreendedores são agentes de mudança e multiplicadores de boas práticas que podem impulsionar o progresso em diversas áreas-chave para o desenvolvimento. Além disso, os empreendedores também desempenham um papel fundamental na promoção de parcerias colaborativas entre o setor público, privado e sociedade civil.
Aproximar o tema das escolas permite também o contato com os ODS e suas metas de uma forma mais concreta, proporcionando uma aplicabilidade das ações em torno de temas como erradicação da pobreza, agricultura sustentável, consumo responsável, promoção da igualdade de gênero, educação de qualidade, inovação, entre outras que estão presentes nessa agenda.
O tema da educação empreendedora nas escolas é visto com importância pelo Ministério da Educação. Iniciado em 2013, o Programa Nacional de Educação Empreendedora busca oferecer formações para professores da Educação Básica e da Educação Profissional e Tecnológica com o objetivo de desenvolver as competências empreendedoras previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A iniciativa oferece formação e capacitação, com ferramentas e metodologias pedagógicas específicas envolvendo a área do empreendedorismo.
A atual meta do programa é atingir cerca de 584.983 mil professores e 4.000.000 de alunos das redes públicas de ensino, em três anos (2021 a 2024). A ação foi implementada por meio de Acordo de Cooperação Técnica entre as Secretarias de Educação Básica (SEB) e de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Na Paraíba, o programa já beneficiou cerca de 150 mil estudantes e mais de 40 mil professores, em pelo menos 70 municípios do estado.
Essa abordagem local é fundamental, pois incentiva os alunos a enfrentarem os desafios específicos de suas comunidades ao treinar seus olhares para identificar e analisar problemas locais, incentivando as resoluções dos problemas encontrados. Isso pode incluir ideias para melhorar a qualidade de vida, promover a inclusão social ou resolver problemas ambientais. A partir de metodologias consolidadas, os alunos e professores podem aprender a elaborar planos de ação e implementar projetos concretos pensando de forma colaborativa, através de parcerias com empresas locais, organizações da sociedade civil e outras instituições da comunidade.
O compromisso da ‘Inspira, não pira’ na transformação social
Fundada em 2019, a empresa “Inspira, não pira” desenvolve e promove metodologias inovadoras que estimulam o espírito empreendedor em estudantes, professores e profissionais do mercado.
Um dos projetos é em parceria com o SEBRAE-PB, no qual a Inspira Não Pira atua em instituições de ensino da Paraíba (ensino fundamental, médio, técnico e superior) com o objetivo de fomentar o empreendedorismo e o comportamento empreendedor em estudantes e professores do estado, por meio de palestras e oficinas gratuitas.
Entrevistamos Lucas e Ronaldinho, fundadores da empresa, para saber mais sobre como tem sido difundir a educação empreendedora na Paraíba.
(IN) Como surgiu a empresa?
(INP) Um rondoniense e um cearense se conheceram em Campina Grande – PB e decidiram empreender juntos aplicando os conhecimentos sobre empreendedorismo adquiridos ao longo de muitas horas de aprendizagem. Em meados de abril de 2019 juntaram a vontade de levar inspiração (e menos piração) para a educação; a capacidade técnica de transmitir conhecimento sobre assuntos importantes de um modo leve e descontraído; uma demanda de mercado sobre ações de educação empreendedora; a necessidade de pagar os boletos; e surgiu o inspira, não pira, que segue, a cada dia, “pirando” com ações diferentes para impactar mais pessoas e organizações.
(IN) Quais são os principais temas abordados nas palestras e oficinas?
(INP) Os principais temas que trabalhamos são: comportamento empreendedor; modelagem de negócios; inovação; autoconhecimento e propósito; práticas pedagógicas que inspiram; práticas de facilitação de grupos; apresentações de impacto; comunicação assertiva; e criação de conteúdos para redes sociais.
Além das oficinas e palestras, o Inspira também oferece consultoria em projetos de educação, treinamentos corporativos e ideathons e hackathons: maratonas de inovação para estimular a ideação e criação de soluções inovadoras para resolver um desafio alinhado às necessidades locais.
(IN) De que forma a empresa percebe a interligação entre a inclusão social e o impacto social positivo local de suas atividades ao trabalhar com professores e estudantes de escolas públicas na Paraíba?
(INP) Desde os primeiros projetos, o Inspira atende instituições públicas e privadas de ensino. No entanto, busca de maneira intencional e consciente priorizar as escolas e universidades públicas por entender a importância de dar mais acesso aos conhecimentos que às vezes não chegam até esses espaços.
O mesmo serve para a perspectiva geográfica, quando a empresa procura atender várias regiões como o alto sertão da Paraíba, descentralizando as suas ações e furando um pouco a bolha das grandes cidades.
Como as capacitações são gratuitas para os alunos e professores, essas ações contribuem para gerar inclusão e impacto social ao diminuir outra barreira importante: o investimento financeiro.
Além disso, o Inspira busca traduzir assuntos importantes através de metodologias e linguagem simples. O resultado esperado é uma maior compreensão de que o empreendedorismo pode ser um caminho possível de carreira e servir de inspiração para desenvolver comportamentos empreendedores para a vida.
(IN) Quais são os resultados mais significativos que a empresa observou nos Ideathon e Hackathon realizados com os estudantes?
(INP) O Inspira, não pira já realizou mais de 10 edições de maratonas de inovação como ideathons e hackathons em diversos contextos e cidades para estudantes e professores. Isso quer dizer que mais de 800 pessoas já aprenderam a desenvolver suas ideias a tirar a sua ideia do papel de um jeito prático e ágil.
Além das premiações e números, um dos principais resultados é oferecer um ambiente de aprendizagem dinâmico e colaborativo em que os jovens são sensibilizados à medida que ampliam sua capacidade de execução e confiança para experimentar fazer algo diferente.
(IN) A empresa atua em outros estados do Nordeste?
(INP) A base do Inspira fica em Campina Grande, na Paraíba, mas já realizamos ações e projetos de educação empreendedora em estados como Piauí, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Goiás, Distrito Federal, Santa Catarina, Mato Grosso e Amapá tendo como clientes instituições como SEBRAE, SESC, SENAI e outros.
Para conhecer mais da Inspira, Não Pira, acompanhe as suas redes sociais.
Amanda Queiroga, 27 anos, é Engenheira Ambiental, professora, empreendedora sustentável e consultora Lixo Zero pelo Instituto Lixo Zero Brasil (ILZB). Também atua como consultora em sustentabilidade para PMEs e da palestras sobre esse tema. Acredita que escolhas conscientes podem mudar o mundo, por isso tem como propósito levar a educação ambiental para as pessoas e transformar as empresas de dentro pra fora.
Amanda faz parte da Rede Impacta Nordeste de Jovens Lideranças