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Energia solar: como a região Nordeste se tornou líder em sua produção

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Devido a alta incidência solar e amplos incentivos financeiros, o Nordeste brasileiro é protagonista na produção da matriz energética sustentável

Foto de capa: iStock

A energia solar já é uma realidade em diversos países do mundo por ser uma fonte renovável e sustentável de geração de energia proveniente da luz e do calor do sol. No Brasil, as células fotovoltaicas já conquistaram um espaço expressivo, visto que o país tem uma grande extensão territorial e um alto potencial energético, devido à incidência solar constante.

Quando o assunto é sol e calor, a região Nordeste é referência por conta do clima quente característico, o que, por sua vez, consolida o seu protagonismo na produção de energia solar em todo o território nacional. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o número de instalações locais cresceu 95% em 2022.

Ao todo, foram 311 mil sistemas fotovoltaicos implementados, beneficiando mais de 445 mil pessoas, um avanço de 90% no último ano. Os estados nordestinos que lideram a produção de energia sustentável são: Bahia (684 MW), Ceará (536 MW), Pernambuco (521 MW), Maranhão (380 MW) e Rio Grande do Norte (347 MW).

A energia solar em âmbito nacional

As projeções para 2023 são ainda mais animadoras, pois, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), espera-se um aumento de 42% na capacidade de produção. Ainda de acordo com a especialista, em janeiro deste ano, alcançamos um marco inédito, em que a energia solar ocupou a segunda posição na matriz energética do país.

Para a Aneel, o futuro é ainda mais promissor, pois estima-se que as usinas solares podem superar mais de 90% da capacidade de geração de energia esperada. Isso também pode ser considerado por conta do alto investimento do governo brasileiro na transição energética, com o objetivo de reduzir a dependência de fontes não renováveis, como combustíveis fósseis, e promover a sustentabilidade.

As iniciativas públicas destinaram mais de R$ 50 bilhões para a construção de parques de energia eólica e solar na região Nordeste. Com isso, é pressuposto que a participação da região no setor de energias limpas continue evoluindo ao longo dos próximos anos.

As vantagens da energia solar

Um dos principais motivos pelos quais a população se atraiu pela matriz energética é a redução de até 90% nas tarifas de energia elétrica. Além disso, os custos para sua implementação também ficaram mais acessíveis, já que algumas instituições financeiras e empresas oferecem financiamentos para facilitar a aquisição de um sistema solar.

A durabilidade de mais de 20 anos, o baixo custo com manutenção, a fácil instalação, o rápido tempo de retorno do investimento e a sustentabilidade ambiental também são pontos positivos que agregam na escolha da migração.

Vale destacar que a energia solar gerou um impacto positivo na economia nacional, criando mais de 30 mil vagas de emprego em 2023, com expectativa de atingir mais de 300 mil até o final do ano, segundo a Absolar. Com isso, também foram inaugurados novos segmentos de mercado como as franquias de energia solar e diversas iniciativas em prol da ampliação da matriz energética.

A energia solar no Nordeste

Diante do enorme potencial, diferentes iniciativas estão sendo desenvolvidas por diferentes atores na região Nordeste. Em 2022, o SEBRAE lançou um polo para aceleração de negócios de energias renováveis no RN. Iniciativa inédita tem como objetivo a geração de conhecimentos, de conexões e negócios para turbinar pequenas empresas e startups que atuam ou queiram entrar nos setores de energia eólica, solar fotovoltaica, de biogás e hidrogênio verde.

O grupo Iberdrola, através de sua filial Neoenergia, anunciou planos para instalar a sua primeira usina fotovoltaica flutuante no mundo, no espelho d’água do Açude do Xaréu, na ilha de Fernando de Noronha (PE), reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Mundial da Humanidade, onde o grupo está desenvolvendo diversas soluções energéticas sustentáveis. A iniciativa é realizada em conjunto com a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), que opera a rede de distribuição de água e esgoto em toda a ilha, e com o apoio do Programa de Eficiência Energética, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) do Brasil.

A sociedade civil e os negócios de impacto também tem muito a contribuir com o setor. Um grande exemplo é o Comitê de Energias Renováveis do Semiárido (CERSA), coletivo formado professores, pesquisadores, ativistas socioambientais e ONGs, vem impactando positivamente o semiárido paraibano promevendo a transição energética popular.

No campo dos negócios de impacto social, podemos destacar a MindSun, empresa que atua em duas frentes: diminuir o consumo de energia através do monitoramento inteligente e automação e ajudar o cliente a pagar mais barato ao comprar energia de fonte solar. A solução desenvolvida pela empresa, que também faz parte da comunidade Impacta Nordeste, utiliza um sistema inovador que, por meio da inteligência artificial, avalia detalhadamente seu nível de consumo energético. Ao final, a plataforma exibe a solução adequada para sua necessidade.