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Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental revela que o empreendedorismo de impacto avança no Brasil

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Realizado a cada dois anos desde 2017, o Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental, conduzido pela Pipe.Social e pelo Quintessa, chega à quarta edição destacando análises de 1.011 negócios de impacto.

Os negócios que resolvem problemas sociais e ambientais compõem um modelo em franca expansão no Brasil: o empreendedorismo de impacto. Com a proposta de contribuir para a transformação positiva da sociedade, essas empresas atuam com produtos e serviços que endereçam respostas – tecnológicas, inovadoras e com base em ciência – para desafios contemporâneos nas áreas de inclusão produtiva, saúde, habitação, educação e serviços financeiros, entre outros.

Com um ecossistema mais maduro, os negócios de impacto sobreviveram à pandemia de covid-19 e seguem ampliando os faturamentos, influenciando a criação de mecanismos financeiros de captação de recursos e alimentando novos setores como das Economias Verde e Prateada, além de mercados emergentes como o de Carbono. Para analisar os movimentos e as tendências, a Pipe.Social e o Quintessa conduziram a quarta edição do Mapa de Negócios de Impacto Socioambientalque reúne a leitura de 1.011 empresas nacionais e mais de 11 mil empreendedores. O estudo aconteceu com o suporte de 66 organizações espalhadas pelo país, que apoiam os empreendedores.

CONCEITO-CHAVE
Os negócios de impacto são empreendimentos que têm a intenção clara de endereçar um problema socioambiental por meio de sua atividade principal, ou seja, produto/serviço e/ou sua forma de operação. Esses negócios atuam de acordo com a lógica de mercado, com um modelo de negócio que busca retornos financeiros, e se comprometem a medir o impacto que geram. Fonte: O que são Negócios de Impacto | Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto.

Entre as análises, percepções e os insights coletados pelo mapeamento do mercado de impacto socioambiental, destacam-se a conclusão de que, nos últimos dois anos, houve uma movimentação do ecossistema para dar suporte ao surgimento e crescimento de mais negócios com atuação fora do Sudeste; houve, ainda, aumento expressivo de ações para apoiar negócios voltados a territórios específicos; a pauta climática ganhou corpo com a chegada de capital atrelado ao ESG; novas oportunidades governamentais ligadas ao verde e à agricultura sustentável surgiram; cresceu o número de soluções de financiamento a negócios de impacto em estágios iniciais; e há mais suporte à inclusão e diversidade como solução proposta por negócios. Além disso, o pipeline tem empreendedores mais diversos. 

Finanças dos negócios de impacto

Na análise do faturamento em 2022, tendo por base 514 negócios que declararam seus ganhos, o Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental aponta que 29% das empresas faturaram até R$ 50 mil; 12%, de R$ 51 mil a R$ 100 mil; 21%, de R$ 101 mil a R$ 500 mil; 13%, de R$ 501 mil a R$ 1 milhão; 10%, de R$ 1,1 milhão a R$ 2 milhões; 5%, de R$ 2,1 milhões a R$ 4 milhões; 3%, de  R$ 4,1 milhões a R$ 6 milhões; 2%, de R$ 6,1 a R$ 8 milhões; 2%, de R$ 8,1 a R$ 10 milhões; e 3%, acima de R$ 10 milhões.

Na prática, em 2023, nota-se um crescimento no volume de negócios que são sustentáveis financeiramente (em 2021, eram 20%), entretanto, quando o dado é analisado por gênero, os times formados somente por homens e os mistos tendem a crescer nas faixas de faturamento acima de R$ 4 milhões. “Entre os negócios com faturamento acima de R$10 milhões, não há times formados somente por mulheres. Essa concentração se deve também a um menor número de times formados apenas por mulheres em soluções verdes, que representam a maioria da amostra. A análise aponta, ainda, que tecnologias verdes e finanças compõem os negócios com maior faturamento. A diferença é que as green techs são maioria da amostra geral e as fintechs são minoria”, afirma Mariana Fonseca, fundadora da Pipe.Social e uma das coordenadoras do mapeamento.

Confira como foi a live de lançamento do Mapa 2023

De acordo com Anna de Souza Aranha, sócia e coCEO do Quintessa e uma das coordenadoras do Mapa 2023, a nova edição revela um amadurecimento do setor, com maior presença de negócios com estágio de maturidade avançado. “Na edição anterior, apenas 3% dos negócios declararam faturar mais de R$ 2,1 milhões por ano. Nesta edição, esse número subiu para 15%. Ainda assim, persiste o grande desafio de superação do ‘vale da morte’, com ganho de sustentabilidade financeira e definição de modelo de negócio. Os dados mostram, ainda, que apenas 30% se autodeclaram com sustentabilidade financeira; 15% disseram ainda não estar faturando em 2022; dos 66% que declararam faturamento, 75% faturam até R$ 1 milhão/ano. Apenas 37% se autodeclararam nos estágios de Tração e Escala”, aponta Anna, acrescentando que há uma clara demanda de qualificação dos apoios oferecidos pelos atores do ecossistema em torno desse tema.

Principais conclusões do mapa 2023

Retrato dos empreendedores – Por negócio (base 1.011)

A distribuição dos fundadores e das lideranças pelos negócios aponta para um misto de homens e mulheres (42%); e um equilíbrio entre fundadores e fundadoras: 22% e 21%, respectivamente. Em raça e etnia, na composição da liderança há 33% de times brancos; 25% de equipes com mais de uma raça/etnia; 11% somente pretos e pardos; e 1% amarelo e indígena. Segundo Mariana Fonseca, fundadora da Pipe.Social e uma das coordenadoras do estudo, os times mistos deram um salto de 19% (edição 2021) para 42% em 2023. “Além disso, as equipes formadas apenas por mulheres e apenas por homens estão praticamente equiparadas. Apareceram, também, pela primeira vez na série histórica do Mapa, negócios com lideranças em outros gêneros, ou seja, há mais diversidade no pipeline. A leitura de diversidade de raça e etnia, apesar de representar uma base menor da amostra, aponta para um ambiente mais inclusivo e diverso. É a primeira vez, inclusive, que o levantamento faz essa leitura dentro da composição de lideranças/fundadores que representaram 11.174 pessoas. Por outro lado, os negócios com fundadoras, pessoas pretas e pardas tendem a se concentrar nos estágios iniciais da jornada de empreendedorismo e são minoria ainda entre os negócios com maior volume de faturamento”, afirma.

Nos dados de orientação sexual, 15% dos negócios têm na equipe fundadores/lideranças que integram o grupo LGBTQIAP+. A leitura sobre pessoas com deficiência aponta que 5% dos negócios declararam ter fundadores e lideranças com esse perfil. Um dos destaques da edição 2023 é que, pela primeira vez, o Mapa tem uma base declarada suficiente para apontar o número de pessoas entre lideranças/fundadores que estão nos grupos LGBTQIAP+ e PcD.

A análise da formação aponta que 72% dos negócios contam com pelo menos um empreendedor formado em Administração, Economia, Contábeis e/ou STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática) – graduações que aumentam a facilidade desses empreendedores de acessar e serem acessados por investidores, porque esses conseguem dialogar melhor com o mundo dos negócios.

Retrato dos empreendedores – Por pessoas (base 11.174 pessoas)

Esta análise – que leva em consideração o número total de empreendedores – revela que 51% dos fundadores/lideranças são homens; 48%, mulheres; e 1%, outros gêneros. Sobre a raça e etnia, há 49% de brancos; 19% de indígenas; 17% de pardos; 13% de pretos; e 2% de amarelos. Mariana aponta que o número de indígenas se refere a negócios ligados a associações/cooperativas, especialmente no Norte do país, que concentram algo em torno de 200/300 associados considerados como sócios. “É importante notar que os empreendedores brancos eram 66% em 2021, enquanto pardos e pretos somavam 25% e indígenas 1%. Apesar de alguns negócios pesarem sozinhos nesses dados, há mais diversidade de raça e etnia quando olhamos para o volume de fundadores e de lideranças no total”, aponta.

Na faixa etária, considerando uma base de 910 entrevistados, temos: 2% (18 a 24 anos); 8% (25 a 29 anos); 15% (30 a 34 anos); 18% (35 a 39 anos); 16% (40 a 44 anos): 11% (45 a 49 anos); 10% (50 a 54 anos); 5% (55 a 59 anos); 4%(60 a 64 anos); e 2% (65 anos ou mais). Na escolaridade, a maioria (61%) possui pós-graduação, mestrado, doutorado ou pós-doutorado; sendo seguidas por 29% com ensino superior completo.

“A leitura que fazemos é que há mais maturidade entre os empreendedores. Diminuiu o número de empreendedores entre 18 e 29 anos: em 2021, eram 22% da base. Cresceu o volume de empreendedores maduros, acima de 50 anos: 21% da base está nessa faixa. Comparando com os dados de 2021, acima dos 45 anos, o número subiu de 26% para 32% das lideranças nessa faixa etária. O maior volume, 60%, está entre 30 e 49 anos”, afirma Mariana, acrescentando que há um volume grande de lideranças com um nível educacional elevado, inclusive, entre os com mais de 60 anos.

“Esse dado acompanha tendências de longevidade da população, mostrando que há uma parcela que empreende no momento que antes era marcado como o início da aposentadoria, como mostram estudos da Pipe.Social e Hype60+, como o Tsunami 60+. Um outro ponto importante na análise do perfil é que muitos empreendedores técnicos – vindos de áreas como Educação, Saúde e Ambiental – acabam criando negócios a partir de soluções encontradas em suas formações e expertises em campo”, revela.

Retrato dos negócios de impacto

A análise da distribuição demográfica das sedes – que leva em conta uma base de 1.011 negócios – mostra que 58% estão na região Sudeste; 14%, Sul; 12%, Nordeste; 5%, Norte; e 4%, Centro-Oeste. Entre os Estados, destaque para São Paulo (39%) e Rio de Janeiro (10%). O levantamento mostra que 59% estão nas capitais e 35% no interior; a operação de 59% deles é no Sudeste; 37%, no Nordeste; 37%, no Sul; 30%, no Centro-Oeste; e 28%, no Norte. Por mais que os negócios tenham as sedes concentradas no Sudeste – região com maior acesso a benefícios como networking, eventos, mentorias, acelerações/incubações e até investimentos –, o impacto gerado por essas soluções tem escala nacional e grande potencial para atuar em vários desafios brasileiros, onde quer que estes estejam, como também apontam os dados de operação no país.

O olhar para a estruturação dos 1.011 negócios analisados revela que 31% têm de 2 a 5 anos; e 29% têm de 5 a 10 anos; 15% desses negócios têm mais de 10 anos, mostrando a maturidade do ecossistema. Um outro dado relevante é que 84% dos negócios estão formalizados: 41% são Sociedade LTDA. “Na prática, 75% dos negócios já existem há mais de dois anos, sendo que 44% há mais de cinco anos. É interessante notar uma tendência: alguns negócios com maior tempo de atuação do mercado geraram spin-offs – lançamento de uma solução que se transforma em um negócio separado, a partir de uma empresa já existente. Em tecnologias verdes, por exemplo, algumas soluções para a agricultura ou para a gestão de resíduos desenvolveram braços de atuação para acolher o aquecimento do mercado de carbono”, analisa Mariana, acrescentando que 84% dos negócios têm fins lucrativos.

Modelo de negócio & comecialização

Quarenta por cento dos negócios têm por modelo a venda direta, seguidos por prestação de serviços (36%); venda direta única (32%); e assinatura (29%). Os demais são: 18% doações, patrocínios, premiações ou editais; 17% Software como Serviço (SAAS – Software as a service); 17% Comissão/Success fee; 13% publicidade; 9% licenciamento de marca e produtos/franquia; 9% plataforma como serviço (PAAS Platform as a service); 4% micropagamentos; 3% royalties; e 2% inteligência artificial como serviço (AIAAS – Artificial Intelligence as a Service). 

No modelo de comercialização, 59% são empresas que vendem para empresas (B2B – business to business); 36% são empresas que fazem parceria com outras empresas para chegarem ao consumidor (B2B2C – business to business to consumer); 33% as cujo consumidor final é o público-alvo das vendas de produtos ou serviços (B2C – business to consumer); 26% com venda para organismos públicos, licitações e pregões eletrônicos etc. (B2G – business to government); 18% com venda de produto/serviço para institutos ou fundações; e 10% com negociação direta entre os próprios consumidores (C2C – consumer to consumer).

Entre os modelos de monetização, a variação maior ficou para a queda de negócios apostando em publicidade e o crescimento de soluções de base tecnológica como o SAAS, o que demonstra novamente mais maturidade de pipeline. Os modelos B2B saltam à frente no mapeamento 2023 como os mais recorrentes entre os empreendedores. Em estudos anteriores havia mais paridade com os modelos B2C (em 2021, eram 48% e 45%, respectivamente). De certa forma, um pipeline mais maduro trouxe também esse destaque, assim como o crescimento do B2B2C. Os dois formatos também tendem a apontar um desejo dos investidores – que visam a modelos B2B –, assim como mais abertura das empresas para consumir e/ou investir em negócios de impacto.

Financiamento

Entre os mecanismos de financiamento, 30% dos negócios apontam que foram oriundos de participação (equity); 28%, de empréstimo; e 13%, de dívida conversível. Sobre as fontes de financiamento, na base de 615 negócios, a maioria (65%) investiu recursos próprios; 27% de FFF (amigos/familiares/fãs); 23% de sócio-investidor; 17% de incubadoras/aceleradoras; 17% de institutos/fundações; 17% de instituições públicas/governo ou bancos multilaterais; 13% de bancos comerciais privados; 12% de empresas privadas/corporate venture; 12% de investidor-anjo profissional; 8% de bancos de fomento; 6% de outros fundos e mecanismos de crédito de impacto; 5% de fundos de venture capital; 4% de Crowdfunding; 3% de Crowdequity/Crowdlending; e 1% de fundos de private equity.     

Com mais negócios ganhando maturidade no pipeline, houve o crescimento de investimentos no modelo de equity: que pode apontar a chegada de mais investidores profissionais aos negócios de impacto. E, também, a variedade de bolsos e composição de mecanismos que podem apontar para um fortalecimento dos negócios. Os dados de fonte de financiamento, em contrapartida, demonstram certo desconhecimento por parte dos empreendedores sobre os termos e modelos de financiamento. Por outro lado, eles corroboram o dado sobre o aumento de equity com, especialmente, o crescimento de sócios-investidores (o dado cresceu de 12%, em 2021, para 23%).

“Nos chama atenção o número de negócios, 30%, que nunca recebeu nenhum tipo de financiamento. Por outro lado, dos 70% dos negócios que receberam, a maioria (52%) foi por via de doação. Nós, do Instituto Helda Gerdau, enxergamos no capital filantrópico um imenso potencial de ajudar os negócios em estágio inicial a amadurecerem, crescerem, ganharem escala e conseguirem outras fontes de captação. Acreditamos na importância do capital catalítico para a construção de mais e melhores negócios de impacto!”, analisa Carolina Hermeling, executiva do Instituto Helda Gerdau, um dos patrocinadores do estudo.

Captação

Entre os negócios mapeados, 48% estão captando; 35% ainda não, mas têm intenção; e 5% não estão e não têm intenção. Entre os que estão captando, 47% buscam até R$ 500 mil – valor considerado baixo para o mercado de investimento em startups, por exemplo. “Ressaltamos que há 35% com a intenção de captar, sem ainda estar captando. Ou seja, os empreendedores começam a entender a ideia de se preparar melhor para a captação e, também, começam a aparecer captações maiores, desejos de valores acima de R$ 10 milhões, mais típicos de negócios maduros. Por outro lado, há grande concentração de captação que ainda se dá entre R$ 50 mil e R$ 1 milhão”, analisa Mariana Fonseca, acrescentando que a análise sobre financiamento ressalta duas tendências: a manutenção das fontes de financiamento não reembolsáveis (doações, subvenções, prêmios) como pilar fundamental – principalmente para negócios menos maduros – e o aumento, em relação ao mapeamento anterior, de financiamento via participação acionária. “É provável que isso seja resultado de termos no pipeline empresas mais maduras, com faturamento crescente, capazes de atrair investidores de fundos de investimento que trabalham tíquetes maiores”, aponta.

Tecnologia e inovação

A base de 1.011 negócios mostra que as tecnologias emergentes mais empregadas pelas soluções são: 23% Big Data; 22% Inteligência Artificial; 17% Geolocalização; 15% Machine Learning; 14% Chatbot; 13% Biotech; 12% Internet das Coisas; 11% energias renováveis; 9% Sensores; 8% Blockchain; 8% Data mining; 6% Deep Learning; 5% redes neurais; 4% drones; 4% moedas virtuais; 4% computação cognitiva; 3% Impressão 3D; 3% Realidade Aumentada; 3% Realidade Virtual;   3% Robótica; 3% Visão computacional; 2% Realidade Mista; 2% Wearables; 1% Engenharia Genética; e 1% Nanotecnologia.

Os setores de inovação têm 52% de tecnologias verdes (green techs); 40% de cidadania (civic tech); 31% de educação (edtech); 22% cidades (smart cities); 17% de saúde (health tech); e 13% finanças (fintech).

Sobre patentes, 10% reportam que estão iniciando um processo de estudo/pesquisa para pedir patente; 7% iniciaram um processo de pedido de patente; e 10% já têm. Realidade aumentada e robótica são mais recorrentes (três de 10) entre as soluções de educação, assim como os wearables aparecem em três de 10 negócios em saúde. Já as soluções verdes lançam mão do uso de biotech, energias renováveis e nanotecnologias (cinco de 10). Os negócios que tendem a ter mais patentes são os de tecnologias verdes, quatro de 10. Eles também são os que, em geral, já iniciaram ou estão em processo de pedido de patente. Educação e Cidadania são as temáticas cuja demanda por patentes menos se aplica a soluções.

Demanda dos empreendedores

Questionados sobre as ajudas necessárias para o negócio, as cinco principais são: 41% apontam dinheiro; 20% parcerias e networking; 20% vendas; 18% comunicação; e 17% apoio com time/equipe. Em relação aos Mapas anteriores, há um crescimento nas demandas por ajuda com vendas e estruturação de time/equipe. Sobem, também, os pedidos por ajuda com tecnologia (7% em 2023). “Quanto mais qualificados, mais específicos são os pedidos dos empreendedores. Com exceção do dinheiro, que parece genérico, os demais crescimentos mostram um desejo por propostas de valor claras de ajuda e uma oportunidade para organizações intermediárias. Aceleração, por exemplo, está com 3%, mas boa parte das demandas de ajuda tratam de pautas abordadas e contidas nas propostas de valor de acelerações”, aponta Anna de Souza Aranha.

Metodologia

Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental é composto a partir de uma chamada nacional focada em empreendedores que lideram negócios de impacto socioambiental. Entre maio e agosto de 2023, mais de 66 organizações do ecossistema e cinco patrocinadores se mobilizaram para falar diretamente com 2.187 empreendedores. Foram realizados sete eventos de apoio e conexão, que resultaram em 1.036 cadastros com dados autodeclarados e respostas a 65 questões. Os dados coletados foram analisados, tendo por base conceitual o estudo O que são negócios de impacto (Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto, com análise da Pipe.Social, 2019). A infografia e os dados destacados no mapeamento têm base final de 1.011 negócios de impacto operacionais.

As estatísticas foram produzidas a partir do cruzamento de dados coletados em 2023 e da leitura comparativa com as bases de Mapas anteriores (2019 e 2021), tendo uma margem de erro de três pontos percentuais e um nível de confiança de 95% para leituras na amostra geral. No campo qualitativo – por meio de conteúdos digitais disponibilizados por parceiros e organizações nacionais e internacionais de negócios de impacto –, a equipe da Pipe.Social analisou as falas recorrentes e tendências apontadas pelos empreendedores, repercutindo-as via escuta de 14 especialistas (entrevistas em profundidade). Como resultado, a edição 2023 do Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental traz uma retrospectiva e movimentações dos últimos dois anos do campo; perfil dos empreendedores e dos negócios de impacto socioambiental brasileiros; tendências e recomendações que emergem do ecossistema.