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Startup de moda circular promove desapego de roupas e geração de renda para mulheres

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A Arara Azul promove o desapego e vai além do brechó, reaproveitando peças de roupas premium e levando dignidade para mulheres de várias formas com a doação, capacitação e geração de renda.

Foto de capa: A co-fundadora, Sylvia Furtado, entrega certificado a instrutora da oficina de capacitação, Neuma Lucia (divulgação)

Uma startup de moda circular que nasceu para dar destino apropriado a roupas de segunda mão e promover o crescimento de mulheres. Assim, a publicitária Fernanda Sobral e sua sócia, a arquiteta Sylvia Furtado, definem a Arara Azul. O brechó (que não é apenas um brechó) surgiu da vontade das duas amigas de fazer a diferença no mundo e sacudir o mercado de moda natalense. “Na Arara Azul você desapega e veste atitude, deixa o que não mais precisa, sai de guarda-roupa novo e faz toda a diferença”, afirma Fernanda.

Fernanda Sobral, co-fundadora da Arara Azul (Foto: divulgação)

“Começamos nossa trajetória em 2019 promovendo eventos de troca de roupas, networking e preocupação social. E hoje temos um clube de desapego que vende, doa e recicla peças de segunda mão. Promovendo impacto ambiental, social e econômico”, afirma Fernanda, que complementa, “o impacto ambiental parte da movimentação de peças de segunda mão, o que move o mercado e supre a necessidade das pessoas com algo que já existe. Além disso, quando promovemos a reciclagem têxtil evitamos que roupas sem condições de uso sejam descartadas no lixo tradicional. Já passaram mais de 8.000 peças de roupas pela Arara Azul e nós já reciclamos mais de 1.500Kg”.

Voltada para o vestuário feminino, a Arara Azul recebe roupas, bolsas, calçados e acessórios. Os desapegos podem ser feitos diretamente na loja da Arara ou é possível agendar a retirada das peças. As roupas desapegadas geram créditos em Araras$ (moeda de troca criada pela empresa) e podem ser usadas para adquirir produtos do acervo da Arara Azul. “Como nosso propósito é dar destino às peças de segunda mão, recebemos todas as roupas. A triagem é feita considerando uma junção de fatores (tecido, caimento, estado de conservação, marca, perfil das nossas clientes do brechó, etc) e elas são classificadas em: venda, doação e reciclagem. As peças em excelente estado e condizente com o público-alvo do nosso brechó são destinadas para a venda. As peças que não são vendidas são destinadas para doação e reciclagem”, explica a proprietária da Arara Azul.

Dignidade e renda para mulheres

Já o impacto social da iniciativa acontece quando, após a triagem, parte das peças de roupa é destinada a mulheres em situação de vulnerabilidade social. Iniciativa que não se refere só a doação de roupas, mas que se torna uma oportunidade de levar dignidade e autoestima para essas mulheres. “Doamos peças de roupa em perfeito estado para as casas de acolhimento e lá as abrigadas escolhem as peças que desejam”, reforça Fernanda Sobral.

Loja da Arara Azul em Nata (RN). (Foto: divulgação)

A Arara Azul também promove o reaproveitamento de peças que seriam descartadas e oficinas de capacitação para as mulheres das comunidades de Natal/RN. “O que iria para o lixo é transformado em matéria-prima para confecção de bolsas em cursos de capacitação para mulheres nas comunidades de Natal/RN, capacitando, estimulando a criatividade e gerando renda para as alunas – envolvemos assim impacto social e econômico”, afirma.

Educação e ascensão da moda circular

Segundo Fernanda Sobral o principal desafio da empresa é “educar a população para a grande oportunidade que é fazer seu armário circular na Arara Azul, porque temos o grande diferencial de impacto socioambiental e econômico”. 

A instrutora da oficina de capacitação, Neuma Lucia, capacita outras mulheres e produz novas peças a partir de tecidos reciclados. (Foto: divulgação)

Em relação aos planos futuros estão: a criação de um programa de revendedoras e se preparar para a ascensão prevista para a moda circular. “Recentemente tivemos acesso a dados de uma pesquisa que mostrou que em 5 anos o mercado de segunda mão irá ultrapassar o fast fashion no Brasil. Ou seja, estamos num mercado em ascensão e cheio de possibilidades. Estamos nos preparando para crescer de forma estruturada e consistente, com a construção de uma marca e gerando cada vez mais impacto. Um dos nossos planos é a criação de um programa de revendedoras, que está em desenvolvimento e em fase de testes. Nossa proposta é promover mais impacto social democratizando a moda e a economia, gerando renda extra para mulheres das comunidades”, conclui.

A Arara Azul é um dos negócios de impacto que está no Mapeamento Sebrae de Negócios de Impacto Socioambiental do Rio Grande do Norte. A iniciativa do Sebrae RN, em parceria com o Impacta Nordeste, faz parte de um grande esforço coletivo, que envolve diferentes atores para fomentar o ecossistema estadual. Sua participação é fundamental para desenvolver programas e políticas públicas efetivas no ambito do CENIS para impulsionar os negócios de impacto no estado. Você é ou conhece um empreendedor ou empreendedora social do Rio Grande do Norte? Saiba mais sobre o mapeamento e faça a sua inscrição no endereço riograndedonorte.impactanordeste.com.br