Por Impacta Nordeste
Com informações da ONU
Foto: Luiz Carlos Vieira
Em Ipiranga (PI), comunidade rural com pouco mais de 10.000 habitantes, as artesãs da Associação de Artesãos de Ipiranga (ASSARIPI) se depararam com uma queda significativa de trabalho por conta da pandemia do coronavírus.
Com as notícias da falta de equipamento de proteção individual (EPIs) nos centros clínicos da região, a Associação passou a fabricar máscaras e toucas hospitalares para doar aos profissionais que estão atuando na linha de frente.
Segundo Lídia Ribeiro de Andrade, presidente da ASSARIPI, a alta procura por máscaras de proteção foi o que motivou as artesãos a ajudarem. “Inicialmente, nós fizemos poucas peças para doar para idosos e pessoas carentes. Depois começamos a produção de equipamentos de proteção o hospital da região e, logo em seguida, passamos a atender também o Hospital Regional de Picos, cidade vizinha de Ipiranga.”.
Na ASSARIPI, as artesãs trabalham com a confecção de cestas, bolsas, roupas e itens de decoração utilizando a fibra do buriti, planta nativa da região. As atividades da ASSARIPI tem o apoio do Projeto Viva o Semiárido, financiado pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento da Agricultura (FIDA) e pela Secretaria do Estado da Agricultura Familiar.
“Elas também já produziram máscaras, toucas e capas hospitalares para ajudar os centros de saúde da comunidade de Vale do Sambito.”, comenta Francisco da Chagas Ribeiro, coordenador do Projeto Viva o Semiárido. Francisco explica ainda que a Associação precisou adaptar as máquinas de costura para dar conta da produção intensa. Hoje, 500 peças de equipamento individual são feitas por dia, distribuídas pela região através dos membros do Viva o Semiárido.
Mãe de três filhos e avó de cinco netos, Lolita Ramos, uma das co-fundadoras da Associação, depende da renda da propria ASSARIPI para sobreviver. Comovida com a situação, passou a ajudar na fabricação das EPIs. “Entendemos que a realidade agora é confrontar o coronavírus e de que cada um de nós deve fazer a sua parte para conseguir superá-lo. Estamos aqui trabalhando na produção de máscaras, mas gostaríamos de ajudar ainda mais”, diz.
A procura pelos materiais tem sido tão grande que a Associação não está conseguindo atender a todos os pedidos. “Hospitais e centros clínicos de Teresina e outros estados têm nos procurado, mas, infelizmente, não temos como atender todo mundo.”, explica Lídia.
Para ajudar com a demanda, a Secretaria de Agricultura Familiar, parceira local do Viva o Semiárido, entrou em contato com duas outras associações de pequenos produtores rurais dos municípios vizinhos de Ipiranga, Nossa Senhora de Nazaré e Batalha. Cada um das associações vai produzir 800 itens por semana, que, somado aos 500 já produzidos diariamente pela ASSARIP, resultará na produção de cerca de 5.000 EPIs a cada sete dias.
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