Opinião

A carta de um gestor: mais direta, impossível

2 mins de leitura

A já tradicional carta enviada anualmente aos líderes empresariais pelo chefe da BlackRock (maior gestora de ativos do mundo), Laurance D. Fink, é um acontecimento aguardado por investidores e executivos no mundo todo. As palavras de Fink “medem a temperatura” dos temas que podem induzir os rumos do grande capital num curto prazo e, eventualmente, no longo prazo.

Em 2020, uma semana antes do Fórum Econômico Mundial, Fink volta a reforçar o mote que domina sua carta do ano passado, ou seja, uma necessidade de empresas que não sejam além da busca simples de lucro e incorporar objetivos de ganhos para a sociedade e o ambiente.

“Uma empresa farmacêutica que aumenta os preços, uma empresa de mineração que reduz a segurança, um banco que não respeita seus clientes – essas empresas podem maximizar os retornos a curto prazo. Mas, como temos visto repetidamente, essas ações que prejudicam a sociedade podem prejudicar a empresa e destruir o valor para os acionistas. Em última análise, o propósito é o motor da rentabilidade a longo prazo”, diz o CEO.

Além disso, Larry Fink joga luzes em reorientar os investimentos em opções mais sustentáveis e menos naquelas que afetam as mudanças climáticas. “Empresas, investidores e governos devem se preparar para uma realocação significativa de capital”, escreveu, acrescentando que a crise climática é uma questão de mais longo prazo para os negócios do que problemas históricos como inflação ou recessão global do anos 2000.

Não à toa, a importância da sustentabilidade e das mudanças climáticas para os resultados dos investimentos. Percebe-se uma convicção de que as carteiras de investimentos integradas à sustentabilidade podem proporcionar melhores retornos ajustados ao risco para os investidores. A sustentabilidade no contexto do investimento significa incorporar fatores ambientais, sociais e de governança na análise e na tomada de decisões.

Ah, a BlackRock é a maior administradora de dinheiro do mundo e Fink gere mais de 6 trilhões de dólares. Investir em sustentabilidade é o futuro investido no presente, mais direto, impossível!

Haroldo Rodrigues Jr. É sócio fundador da investidora de impacto In3citi. Criador do Instituto Internacional de Inovação de Fortaleza – I3FOR e o Centro de Pesquisa em Mobilidade Elétrica – CPqMEL. Ex-Diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Universidade de Fortaleza – UNIFOR. Ex- Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Ceará – FUNCAP. Ex-Presidente da Agência Reguladora do Estado do Ceará – ARCE.