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Aliança de reciclagem de embalagens e circularidade dos resíduos é lançada no Ministério do Meio Ambiente

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Evento ocorreu no último dia 28 de junho, com a participação dos membros da Aliança, representantes de órgãos públicos, setor privado e sociedade civil

*Imagem de capa: Divulgação/Abrafati

O Brasil é responsável pela produção de 27,7 milhões de toneladas anuais de resíduos recicláveis, de acordo com a edição 2022 do Panorama dos Resíduos Sólidos, e possui um potencial enorme para ampliar os índices de reciclagem no país e liderar esse tema no mundo. Pensando nisso, instituições brasileiras se reuniram para criar a AGIR – Aliança Nacional pela Gestão, Recuperação e Reciclagem de Embalagens e pela Circularidade dos Resíduos. O lançamento oficial aconteceu no dia 28 de junho, no auditório do Ministério do Meio Ambiente, localizado no Eixo Monumental, bloco B. 

A AGIR nasce como um espaço de diálogo e compartilhamento de experiências, além de formulação, proposição e divulgação de medidas e ações que colaborem para atividades relacionadas à recuperação e reciclagem das embalagens. Na agenda da Aliança, estão previstos pesquisa e harmonização da base de dados e informações sobre o setor, estudos, publicações,  promoção de seminários, reuniões técnicas e outros eventos para contribuir com a melhora da qualidade do ambiente urbano e fortalecimento do enfrentamento às mudanças climáticas, propiciando a transição para um modelo de economia circular.

Os resíduos estão no centro do debate global acerca de mudanças climáticas, tanto é que a ONU acabou de criar um conselho específico para tratar do tema, ligado diretamente ao seu Secretário Geral. A AGIR será uma referência no país para avançar com políticas que garantam a circularidade dos resíduos, diminuindo impactos ambientais e promovendo inclusão social que os resíduos trazem com a participação dos catadores de materiais recicláveis”, pontua Dione Manetti, presidente do  Instituto Pragma e um dos articuladores para criação da da AGIR. 

Para a  ABIPLAST (Associação Brasileira da Indústria do Plástico) que representa nacionalmente as indústrias de transformação e reciclagem de plástico responsável por 12,7 mil empresas e quase 360 mil profissionais, mais do que defender os interesses e prestar assistência à categoria por meio de diversos serviços e iniciativas, é necessário valorizar o plástico e promover o setor e sua competitividade, bem como os avanços tecnológicos com foco na sustentabilidade. 

Paulo Teixeira, Diretor Superintendente da ABIPLAST, ressalta que, por parte das entidades, há urgência em dialogar sobre o futuro da reciclagem e da circularidade no Brasil. “Precisamos nos aprofundar nesses temas, mas isso só vai acontecer se houver um esforço coletivo, com responsabilidade assumida por todos os atores da cadeia e esperamos que isso aconteça a partir desses encontros da Aliança com o setor público.”

Presidente da ISWA (International Solid Waste Association) e diretor presidente da ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), Carlos Silva Filho observa que o modelo atual, linear, de gestão de resíduos está esgotado. “A conjuntura global nos mostra que novas práticas e soluções sistêmicas são fundamentais para superar os déficits existentes. A conjugação de esforços entre várias entidades integrantes da Aliança buscará promover ações para uma mudança de perspectiva, rumo a uma maior valorização das embalagens e circularidade dos resíduos”

A Aliança é composta, inicialmente, por 35 instituições, entre elas entidades de representação de empresas do setor produtivo do país, representações de catadoras e catadores de materiais recicláveis, instituições públicas da área ambiental, entidades gestoras de logística reversa e organizações da sociedade civil ligadas ao tema, com atuação nacional e internacional. 

O evento reuniu membros da Aliança, além de representantes de órgãos públicos, setor privado e sociedade civil. “O lançamento da AGIR marca um momento importante para o avanço das políticas e ações voltadas à circularidade dos resíduos no país construção e coloca o Brasil na vanguarda de tema a nível Global”, conclui Manetti.