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Estudo da EUROsociAL aponta Enimpacto como modelo de sistema de desenvolvimento de negócios de impacto

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Publicação resultado de parceria entre o Ministério da Economia do Brasil e o EUROsociAL, aponta como as melhores práticas da Enimpacto poderiam ser replicadas em outros países.

O EUROsociAL, programa de cooperação da União Europeia que visa reduzir as desigualdades nos países da América Latina, publicou recentemente o estudo Estratégia Nacional de Investimento e Negócios de Impacto no Brasil.

O documento aponta as melhores práticas da Enimpacto que poderiam ser replicadas em outros países e pretende promover os negócios de impacto como um novo setor econômico, ainda em expansão, capaz de desenvolver soluções criativas de forma experimental para problemas sociais e ambientais, testando-os e dimensionando-os. 

Com um formato inovador, a Enimpacto articula todos os atores do ecossistema de impacto a partir de uma estrutura de governança que reúne horizontalmente representantes do Poder Executivo Federal, Poder Legislativo, governos estaduais e municipais, organizações da sociedade civil e setor privado. Nessa estrutura, são cocriadas soluções, programas e incentivos para estimular o setor de impacto, promovendo iniciativas que antes eram realizadas de forma isolada e desarticulada pela sociedade civil.

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A primeira fase da colaboração entre EUROsociAL e a Enimpacto foi iniciada em 2018 com a elaboração de estudos de benchmarking em compras públicas e incentivos governamentais para empresas de impacto existentes na Europa. Esta etapa incluiu intercâmbios entre as equipes técnicas e a sistematização de diferentes práticas em diversos países europeus, o que permitiu a Enimpacto adaptar o sistema as principais descobertas e lições aprendidas com a realidade brasileira. 

Já a segunda fase da colaboração, que começou pouco antes do início da pandemia de Covid-19, consistiu no mapeamento de políticas públicas de apoio aos negócios de impacto existentes na América Latina, de modo a estabelecer uma comunidade de gestores públicos envolvidos com o tema. O trabalho envolveu uma série de encontros com os responsáveis ​​pelas iniciativas latino-americanas em que foram compartilhadas experiências, pontos de vista e perspectivas sobre investimentos e negócios de impacto na região. 

Como contribuição para o processo de troca de experiências, a EUROsociAL considerou oportuno sistematizar a experiência da Enimpacto e disponibilizar uma compilação para os formuladores de políticas públicas nos países da América Latina. Tendo como autores  María de Barbieri, Rosina de Mucio e Natalia Hughes, que conseguiram extrair a síntese da experiência brasileira na promoção de investimentos e negócios de impacto e convertê-la num estudo que possibilita sua análise como política pública.

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É importante lembrar que os Investimentos e Negócios de Impacto surgiram de um movimento mundial de empreendedores e investidores que acreditam que os modelos de negócios podem ajudar governos e instituições filantrópicas a resolver problemas sociais e ambientais. Para esses empreendedores, essas questões tornaram-se complexas demais para serem resolvidas apenas pelo Estado ou por instituições de caridade, sem a participação do setor privado. É com esse entendimento que surgem os Negócios de Impacto, empreendimentos que utilizam soluções de mercado para resolver problemas socioambientais, apresentando algum tipo de inovação em produtos, serviços, processos, tecnologia ou modelos de negócios.

No Brasil, até 2017, as experiências neste campo foram realizadas exclusivamente por organizações da sociedade civil e setor privado. Com a instituição da Enimpacto, esse cenário muda completamente, graças ao envolvimento de 16 instituições do Governo Federal que, por decreto presidencial, receberam o encargo de implementar políticas públicas de promoção do setor.

Para baixar o estudo, que está em espanhol, clique aqui.

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