A parceria do Fundo Casa Socioambiental e do Fundo Socioambiental CAIXA visa fortalecer comunidades locais e tradicionais em projetos de desenvolvimento local sustentável.
O Fundo Casa Socioambiental, em parceria com o Fundo Socioambiental CAIXA (FSA CAIXA), lançou uma chamada pública que investirá R$ 40 milhões em iniciativas da sociedade civil que promovam o desenvolvimento local em consonância com a biodiversidade dos seus territórios. A chamada Teia da Sociobiodiversidade foi lançada no Brasil no dia 25 de outubro, e também será apresentada durante a COP16, na Colômbia, no Pavilhão do Brasil, no dia 29 de outubro.
A Teia da Sociobiodiversidade irá apoiar 400 projetos de Norte a Sul, em áreas rurais e urbanas, com até R$100 mil reais cada. Serão duas chamadas, uma neste ano, e a outra em 2025, contemplando, cada uma, 200 projetos. Essa é a terceira aliança entre o Fundo Casa e Fundo Socioambiental da CAIXA, sendo a maior iniciativa já apoiada na história do FSA CAIXA e também a maior já realizada pelo Fundo Casa.
“O Projeto A Teia da Sociobiodiversidade foi selecionado no âmbito do chamamento realizado pela CAIXA para apresentação de propostas para o fomento de projetos baseados em negócios da Bioeconomia. O Fundo Casa demonstrou uma capacidade especial e metodologia consistente para mobilização das redes de parceiros para que sejam prospectados projetos em todos os rincões dos biomas brasileiros a partir do apoio financeiro a organizações sociais de comunidades tradicionais e locais”, afirma Jean Rodrigues Benevides, diretor executivo de Sustentabilidade e Cidadania Digital da CAIXA.
O desenho da Teia da Sociobiodiversidade é resultado de quase duas décadas de existência e experiência do Fundo Casa fomentando transformações a partir do investimento em organizações de base em todo o Brasil. Ao longo da sua trajetória, o Fundo Casa apoiou mais de 3 mil projetos com mais de R$100 milhões.
“Nascemos com a missão de promover a conservação, a sustentabilidade ambiental e a democracia – porque o tema da defesa dos direitos é transversal dentro do Fundo Casa. Então, reconhecemos o protagonismo e o direito das comunidades locais, por meio do apoio direto e o fortalecimento das capacidades”, explica Cristina Orpheo, diretora executiva do Fundo Casa Socioambiental.
Horizonte de ação
A Teia da Sociobiodiversidade pretende fortalecer as comunidades que desenvolvam iniciativas de geração de renda e que aportem soluções para desafios locais em consonância com a preservação do meio ambiente, assim como dos saberes e práticas tradicionais. Isso se dará por meio do apoio direto a organizações e associações locais e tradicionais, como as quilombolas, indígenas, marisqueiras, quebradeiras de coco, urbanas periféricas, entre outras, em todo o Brasil.
“A expectativa é que a Teia da Sociobiodiversidade gere impactos profundos nas comunidades apoiadas, fortalecendo a economia local, o modo de vida das comunidades tradicionais e preservando os recursos naturais. Espera-se que o programa promova a recuperação de ecossistemas, aumente a resiliência climática e melhore a qualidade de vida das populações envolvidas. A Chamada pode ser transformadora ao promover uma economia regenerativa baseada na biodiversidade, criando novos mercados e fortalecendo redes de cooperação entre comunidades”, destaca Cristina Orpheo.
A iniciativa também é percebida como uma oportunidade para outros agentes, além das comunidades, fortalecerem experiências locais considerando seu potencial transformador para todo o país. Na avaliação do diretor Jean Benevides, o papel do banco público junto a iniciativa é inocular esperança. “A Teia de Sociobiodiversidade aproximará a CAIXA de projetos de impacto em todas as regiões do País. Com o Fundo Casa, vamos chegar a comunidades remotas. É imprescindível fazer do mundo um lugar mais inclusivo e justo, apoiando iniciativas que conciliem desenvolvimento e preservação”, complementa.
Linhas de apoio
A Teia da Sociobiodiversidade possui duas linhas de apoio “Fortalecimento de Negócios da Sociobiodiversidade” e “Projetos com Soluções Baseadas na Natureza”. A primeira reúne atividades econômicas que valorizam a diversidade biológica e cultural de regiões específicas, como por exemplo, casas comunitárias de farinha, hortas coletivas, plantios agroecológicos e da agricultura familiar.
Por sua vez, a segunda linha abrange as propostas para enfrentar os desafios socioambientais locais com soluções inspiradas nas dinâmicas e estruturas culturais e da biodiversidade da localidade. Assim, geram benefícios sociais, econômicos e ambientais. Alguns exemplos de projetos nessa última linha são a restauração de ecossistemas, sistemas que combinam agricultura e árvores, jardins de chuva e criação de parques urbanos.
“Também temos como expectativa poder ser um modelo para o campo que discute investimento de impacto que neste momento está super aquecido, lembrando que falamos do Brasil todo e assim poderemos ter cases de vários biomas, mostrando a diversidade do Brasil”, ressalta Cristina Orpheo.
Todas as informações sobre a chamada estão disponíveis no endereço: www.casa.org.br/teia. As inscrições estão abertas até 16 de dezembro de 2024.