Por Impacta Nordeste
Com informações do Fundo Casa
Foto: Divulgação
O Fundo Socioambiental CASA, organização não-governamental que financia pequenos projetos e trabalha para o fortalecimento em iniciativas socioambientais e grupos comunitários na América do Sul, lançou em setembro do ano passado uma chamada para projetos que unem justiça ambiental e a vida das pessoas com deficiência.
O projeto selecionado foi “A ancestralidade indígena e africana no burburinho do Assentamento de Reforma Agrária”, instaurada na comunidade do Assentamento Floresta do Sul, no município de Maraú, na Bahia, em setembro de 2019, em parceria com a Agrossivicultura São Cosme e Damião e o Instituto de Terapia Corporal para o Desenvolvimento Humano e Comunitário.
O interesse em introduzir o projeto na comunidade surgiu devido a uma preocupação sentida pelos moradores – a dificuldade que a região sentia de manter sua população jovem interessada em manter as tradições locais vivas. Por falta de perspectiva de crescimento pessoal e profissional, muitos acabaram se mudando para cidades maiores em busca de oportunidades.
Atualmente a população da comunidade do Assentamento Floresta do Sul é composta em sua maioria por idosos, muitos com problemas de mobilidade em consequência dos intensos anos de trabalho nas lavouras de cacau.
Toda a comunidade demonstrou enorme interesse em participar desde o início. Com o apoio do Fundo CASA, foram desenvolvidas ações com o objetivo de unir os moradores da comunidade, sobretudo estimular a participação daqueles que possuem alguma deficiência física. Aulas de yoga e práticas de agrofloresta são alguns exemplos.
Um dos moradores do assentamento Dionísio Pereira de Souza, de 47 anos, é um exemplo. Ele sofreu um acidente de trabalho que acabou deixando-o paraplégico, e com a falta de tratamento adequado, acabou sofrendo uma perda parcial de seus membros superiores. Mesmo com dificuldades, Dionísio participa das aulas de yoga e passou a interagir mais com o pessoal da comunidade.
O primeiro módulo do curso de formação em manejo de sistemas agroflorestais foi concluído pela comunidade em dezembro de 2019. Também foi plantada a primeira área demonstrativa do assentamento, onde foram plantadas algumas mudas, como jacarandá da Bahia, mogno brasileiro, noz-de-cola, açaí, cupuaçu e jaca.
Além da área de plantação no assentamento, no local também está sendo erguido uma casa de farinha comunitária com recursos do projeto. Tanto o desenho criado para a área do assentamento como as espécies de plantas foram definidos em conjunto com os moradores da comunidade.
Recentemente, o Fundo CASA abriu mais duas chamadas: o Programa Casa Amazônia, que vai apoiar oito projetos de até R$ 20 mil, e o Programa Sul Americano 2020, voltado para apoio a 33 projetos, também no valor máximo de R$ 20 mil, no Brasil e na América do Sul. Para saber mais sobre os projetos, clique aqui.
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