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O produto da cultura: quando história e tradição se materializam

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Por Impacta Nordeste


As manifestações culturais nascem a partir da sensibilidade do ser humano e suas visões sobre o meio onde vive. São pensamentos e ideias de alto valor simbólico e afetivo que reforçam o senso de comunidade entre os habitantes e a importância de manter sempre viva a memória de seus antepassados. 

Na economia criativa, o termo cultura engloba o desenvolvimento de negócios ligados ao patrimônio (artes, audiovisual, música, artes cênicas e manifestações artísticas).

Nesse sentido, podemos afirmar que a economia criativa torna a cultura tangível, sendo a criatividade elemento chave para a criação de ideias lucrativas que movimentam toda uma rede de empreendedores e entusiastas do setor para impulsionar a economia local, promovendo um crescimento sustentável da indústria criativa.

Portanto, a economia criativa atua gerando valor tanto para quem a produz como para quem a consome.

E se tem uma região do Brasil onde a cultura possui imenso caráter afetivo, essa região é o Nordeste. A história de luta e sobrevivência do povo nordestino é contada e recontada ao longo do tempo sob o olhar apaixonado de seus habitantes com elementos característicos da região: suas cores, sabores, sotaques e saberes fazem parte do imaginário brasileiro que acompanham a evolução do Nordeste e se encantam com as belezas dessa região tão rica. 

Cultura de massa x Indústria criativa

A mercantilização da cultura é considerada por algumas pessoas um meio “favorável” para as empresas fazerem a apropriação ilegal dos simbolismos que conferem grande valor histórico e afetivo para o povo que a concebeu, visando apenas o retorno financeiro.

Definitivamente o conceito acima não se aplica na estrutura da indústria criativa. Aqui, os bens e serviços comercializados também precisam gerar retorno financeiro para seus empreendedores, no entanto, diferente da cultura de massa, parte integrante da indústria cultural, tudo é produzido de forma autoral e por quem realmente conhece tal realidade. 

Graças a economia criativa que a cultura torna-se um bem acessível para todas as classes, além de ser um forte elemento no combate ao preconceito regional e na luta pela representatividade.

E para que tudo isso se torne possível, a economia criativa tem uma grande aliada: a tecnologia. As redes sociais e o audiovisual simplificam o intercâmbio cultural oferecendo aquele consumidor em potencial o primeiro contato com os simbolismos e expressões culturais e artísticas da região oriunda de determinado produto.

E como comercializar a cultura? 

Como já falamos por aqui, o Nordeste é uma região com grande potencial para a expansão do setor no Brasil. Turismo, festas regionais (carnaval, são joão e festividades religiosas), confecções de roupas, calçados, objetos decorativos e alimentos com elementos típicos do Nordeste são apenas alguns exemplos de como transformar crenças e características tão marcantes da região em um produto rentável. 

Por exemplo, o artesanato é um segmento da economia criativa com forte presença na região Nordeste. Os produtos confeccionados, grande parte deles feitos à mão, utiliza como matéria-prima recursos naturais extraídos da região, como bambu, palha, couro, argila e fibras naturais. 

Considerada importante atrativo turístico, o artesanato ajuda a valorizar a cultura nordestina e se mantém viva através das famílias que têm a atividade como principal fonte de renda, cujas habilidades e técnicas são repassadas de geração em geração.

O bordado em renda nasceu das mãos das artesãs do Nordeste e virou item muito procurado por turistas brasileiros e estrangeiros que visitam a região devido à delicadeza das peças feitas com riqueza de detalhes. Hoje, a renda estampa de enxovais até vestidos de noiva luxuosos. Entre as dezenas de empresas do ramo, destacamos a Entrelaços, empresa potiguar especializada na confecção de roupas e artigos para decoração feitos em renda. Outros exemplos já abordados no Impacta Nordeste são a Costurando Saberes e a Nós Que Abraçam

Na economia criativa, devemos pensar que a cultura não é apenas um bem de consumo. É um artifício potente e atrativo de valorização da história de um lugar e, principalmente, reprodução de ideias de uma comunidade unida sob o mesmo propósito.

O Sebrae quer impulsionar os criativos do Nordeste e mostrar o que a região tem de bom! É o seu caso? Então participe do Mapeamento Sebrae de Economia Criativa do Nordeste e concorra a premiação em dinheiro, capacitação e conexão na rede de economia criativa do Sebrae.

A iniciativa, realizada pelo Sebrae em parceria com o Impacta Nordeste e busca e seleção Pipe.Social, vai mapear e fomentar negócios de capital intelectual e cultural na Região Nordeste. Acesse www.impactanordeste.com.br/economiacriativa e participe!