Por Impacta Nordeste
Ao criar seu próprio negócio, muitos empreendedores criativos desenvolvem suas ideias a partir de um propósito inserido em um contexto social. Segundo pesquisa divulgada pelo British Council em agosto deste ano, os empreendimentos criativos têm maior propensão a gerar impacto social.
Por definição, a economia criativa abrange atividades culturais em dezenas de áreas pautadas no capital intelectual e com capacidade de causar impacto socioeconômico. Por sua vez, os negócios de impacto, segundo definição da Carta de Princípios para Negócios de Impacto, têm a missão explícita de gerar benefícios sociais e/ou ambientais ao mesmo tempo em que proveem resultado financeiro positivo e de forma sustentável.
Apesar de não ser assim sempre, há uma sinergia natural entre o empreendedorismo criativo e o empreendedorismo social.
Muitos os negócios criativos geram impacto desde sua concepção ao incluir grupos marginalizados em sua estrutura, como jovens periféricos, mulheres, negros e pessoas LGBTQI+.
Ainda segundo a pesquisa do British Council, “empreendimentos criativos e sociais estão empregando um número maior de funcionários LGBTQ+ do que empresas de outros setores, principalmente quando são empreendimentos mais jovens. O mesmo vale para outros grupos em desvantagem social, como minorias étnicas. Em termos de idade da equipe, os empreendimentos criativos e sociais contratam mais pessoas com menos de 25 anos do que a média nacional”
Além de apresentarem uma representatividade maior de grupos minoritários em suas estruturas societárias e de colaboradores, muitos negócios criativos utilizam outras estratégias para impactar a comunidade onde estão inseridos.
Eles podem gerar impacto reafirmando as identidades das comunidades e estabelecendo um modelo de negócios compatível com elas; oferecendo um produto que afeta positivamente a vida das pessoas de um grupo ou comunidade; ou integrando os beneficiários nos negócios, contribuindo para seu empoderamento cultural e econômico.
Como o empreendedor criativo pode incluir o impacto social em seu negócio?
Há uma tendência global de negócios que buscam uma nova relação com a sociedade, tema amplamente abordado no Impacta Nordeste. Obviamente, todo empreendedor visa o lucro e sua satisfação pessoal, mas é cada vez mais importante pensar em como o seu negócio pode contribuir positivamente para a sociedade e transformar a realidade em sua volta.
Confira abaixo algumas dicas de ações e medidas para proporcionar impacto social por meio da economia criativa e alguns exemplos para se inspirar:
- Considere a inclusão produtiva na produção de seus produtos. A inclusão produtiva é a inclusão de pessoas em situação de vulnerabilidade econômica no mundo do trabalho, diminuindo sua exclusão social e aumentando a produtividade do país. Um grande exemplo de inclusão produtiva é a Pano Social, que promove a reintegração profissional de ex-detentos na produção de roupas, acessórios e uniformes utilitários feitos com matérias-primas ecológicas e métodos produtivos sustentáveis.
- Impulsione o protagonismo dos “grupos excluídos”, trazendo para o centro das ideias pautas sociais relevantes e nova narrativas. A Aoca GameLab, empresa baiana que desenvolve gomes e investe na diversidade em seus produtos para causar impacto social. A empresa possui em seu portfólio jogos com elementos característicos da região Nordeste, em especial, o sertão. O game ÁRIDA, por exemplo, conta a história de Cícera, uma garota que vive uma jornada de descobertas e aventuras no sertão brasileiro no século XIX.
- Esteja atento às reais necessidades do público-alvo do negócios, independente do nicho em que a empresa atua (saúde, educação, emprego, alimentação, etc); O Festival Feira Preta, nasceu em 2002 como uma feira de produtos de empreendedores negros e deu origem a Preta Hub. A iniciativa começou de forma modesta como uma feira de produtos de empreendedores negros. Mas era um espaço tão necessário (além de muito bem desenvolvido, é claro) que hoje se tornou em um festival que apresenta conteúdos, produtos e serviços que representam o que há de mais inventivo e inovador na criatividade preta em diferentes segmentos.
Confira outros artigos dessa série sobre economia criativa:
- O Nordeste como potência da Economia Criativa no Brasil;
- Por que é importante o empreendedor criativo se ver como empresário;
- Como agregar valor a um produto da economia criativa?;
- O produto da cultura: quando história e tradição se materializam.
- Quais ferramentas o empreendedor criativo pode utilizar para impulsionar seu negócio?
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